Topazio e Jorginho não aceitam decisão de mudança da universidade da PRF; assista aos vídeos

O martelo está batido pelo Palácio do Planalto, via Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas o governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito Topazio Neto (PSD) resistem à ideia de que a sede da Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF) sairá de Florianópolis e ficará em Brasília, no Distrito Federal. O prejuízo financeiro com a desmobilização superaria os R$ 65 milhões anuais, nos cálculos da prefeitura. A dúvida é saber o quanto a indignação das autoridades catarinenses, que contam com o apoio da maioria da bancada federal, repercutirá no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Jorginho e Topazio se apoiam nas tratativas que começaram com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), em abril deste ano, quando ele esteve na Capital de Santa Catarina, justamente na unidade da PRF, e quando chegou a acenar que havia a garantia de pagamento do aluguel da estrutura nos meses seguintes. O prefeito estava presente ao evento, o governador enviou a vice, Marilisa Boehm (PL). O interessante é que o custo de manter a universidade no Estado é que motiva a transferência, mais as despesas com passagens, o que favorece uma localização mais central, fora o confronto ideológico: para o Planalto, a instituição tornou-se um núcleo bolsonarista.

Nesta semana, governador e prefeito voltaram à carga com os mesmos argumentos de antes. Mas consta que a mudança já começou, com material sendo enviado para o Distrito Federal, onde o novo local para a UniPRF estaria definido, sacramentado.

Assista às manifestações em vídeo:

A UniPRF em números

A estrutura fica na Vargem Pequena, Norte da Ilha de Santa Catarina, e foi local de peregrinação constante de Bolsonaro, durante eventos de formatura, praticamente todos com a participação do ex-presidente, desde 2019.

A transferência terá um custo devido a estrutura montada em Florianópolis, que funciona em um imóvel alugado, onde já funcionou uma unidade da Unisul, com área de 80.000 metros quadrados, sendo 10 mil metros quadrados de área construída, onde podem ser treinados 1.500 alunos.

O Ministério da Justiça justifica que, em Brasília, a universidade terá sede própria, mas atenua as explicações ao dizer que uma comissão avalia a transferência.

Preocupação com a instrução de policiais rodoviários federais

Além de entender que a mudança para Brasília favoreceria que integrantes da PRF de todo o país participassem dos treinamentos de formação, o Planalto tem se preocupado com alguns episódios na instrução.

Pelo menos em um deles, verificado em 2022, após a morte de Genivaldo de Jesus Santos, sufocado por policiais rodoviários, mostra um vídeo feito por um agente da corporação que viralizou por ensinar, no que ele chamou de curso particular, o uso de gás lacrimogêneo em viaturas.

Mudanças vão além da transferência da universidade

A mudança de endereço da formação, que atinge diretamente a corporação em Santa Catarina, é apenas uma das medidas anunciadas pelo Ministério da Justiça em relação à PRF.

Desde que Lula tomou posse, a corporação perdeu 101 cargos e foram extintos cinco comandos de Operações Especiais (COEs).

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