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Denúncia

Técnico em enfermagem suspeito de estupro em hospital de Lages é exonerado do cargo

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga o caso

• Atualizado

Carolina Sott

Por Carolina Sott

Mulher teria sido estuprada no Hospital Tereza Ramos, em Lages | Foto: Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
Mulher teria sido estuprada no Hospital Tereza Ramos, em Lages | Foto: Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina

O suspeito de estuprar uma paciente internada no Hospital e Maternidade Tereza Ramos (HTMR), em Lages, na Serra Catarinense, na última quinta-feira (23), foi exonerado do cargo de técnico em enfermagem na tarde desta sexta-feira (24). A informação foi confirmada pela direção da unidade de saúde.

A diretora-geral do HTMR informou à reportagem da Rádio Clube de Lages que o homem era funcionário admitido em caráter temporário (ACT), através de sua aprovação em um processo seletivo da unidade. Segundo ela, o próximo passo é a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), pela corregedoria, para que o suspeito não retorne às suas atividades empregatícias no hospital.

Sobre a denúncia, a Polícia Civil afirmou que está apurando o caso e não pode, no momento, divulgar qualquer informação, em razão do sigilo da investigação. Mas, segundo a delegada Luciana Rodermel, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) apura a denúncia.

Entenda o caso

A Delegacia Regional de Polícia de Lages, na Serra Catarinense, recebeu uma denúncia sobre um estupro que teria sido cometido por um técnico em enfermagem contra uma paciente internada no Hospital e Maternidade Tereza Ramos (HTMR). O caso ocorreu na madrugada desta quinta-feira (23), e a unidade de saúde registrou um boletim de ocorrência.

À reportagem da Rádio Clube de Lages, a mulher relatou que estava internada com uma doença pulmonar. Na noite do caso, o técnico em enfermagem teria agido de forma invasiva durante o atendimento e dado uma medicação diferente à paciente.

“Ele perguntou sobre as minhas genitais, coisas que as enfermeiras nunca tinham perguntado para mim. Eu estava de camisola e ele me olhava muito. Não me senti bem e coloquei um calção por baixo da camisola. O último remédio que tomava para dormir, o Diazepam, que era de praxe todos os dias às 22h30min, eram elas que me davam. Nesse dia ele disse para mim, ‘vai ter outro remedinho’, e eu perguntei o porquê de outro medicamento. Ele respondeu que era para eu ficar calma, que era um calmante porque eu teria um exame no outro dia”, contou a mulher.

De acordo com a paciente, após ingerir a nova medicação, um “copo marrom com metade de líquido”, ela teria ficado sedada. A mulher afirma que percebeu as movimentações e toques que o profissional realizou em seu corpo, inclusive a machucando. 

“Depois disso não me lembro mais, a única coisa que me lembro, é que eu estava sob o efeito do remédio, mas consciente de tudo que ele estava fazendo comigo. O meu subconsciente acordou com ele me puxando para fora da cama, o meu bumbum, e cometendo aqueles atos, passando a mão, passando outras coisas, inclusive, colocando os dedos. E eu sob o efeito do remédio sem poder gritar, nem fazer nada, sentindo tudo. Ele estava me machucando”, disse.

A ação do técnico em enfermagem teria ocorrido pelo menos duas vezes, conforme contou a mulher. Pela manhã, a vítima percebeu que suas vestes estavam de forma diferentes e relatou a uma enfermeira o ocorrido.

“Ele fez isso duas vezes, ele cometeu isso, saiu do quarto e voltou novamente a fazer isso comigo de novo. Do mesmo jeito que ele fez comigo, ele me deixou, só jogou a coberta por cima de mim e pronto. Me acordei desesperada, umas 5 ou 6 horas da manhã, veio uma enfermeira muito querida. Fui olhar o lado da minha cama e as minhas partes íntimas, e realmente o calção e a calcinha estavam arredados. Quando contei para a enfermeira eles não deixaram chamar a polícia na hora, mas as meninas, em si, me trataram muito bem, tomaram a minha dor, foram pessoas responsáveis comigo, inclusive a direção do hospital”, relatou a paciente.

Ainda na manhã do dia em que teria acontecido o abuso sexual, a mulher afirma que a diretora-geral do Hospital e Materinidade Tereza Ramos, Cristina Subtil, acionou a Polícia Civil para realizar uma perícia.

“A doutora Subtil, diretora do hospital, conversou comigo e tomou minha dor e chorou. Ela ligou particularmente para a delegada e para a perícia. Fiz a perícia no quarto, eles recolheram as minhas roupas de cama, tudo imediatamente. A delegada falou comigo e recolheu meu depoimento em gravação. O hospital me deu toda a assistência, fizeram todos os exames, e me mandaram para casa”, contou.

Nota do Hospital Tereza Ramos

Na manhã desta sexta-feira (24), o hospital publicou uma nota onde afirma que, após o conhecimento da denúncia, foram acionados todos os órgãos responsáveis para a apuração.

O hospital afirma que está à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos e que todas as medidas administrativas necessárias sejam tomadas, inclusive a restrição de atividades dos profissionais envolvidos.

Veja a nota completa:
Informamos que na manhã de ontem, 23/03, a Direção do Hospital e Maternidade Tereza Ramos – HMTR recebeu a informação de que uma paciente internada na Unidade reportou ter sido vítima de um ato de violência sexual ocorrido na madrugada.

Imediatamente após conhecimento da denúncia, os órgãos responsáveis pela a apuração do caso foram acionados, a saber, as Polícias Civil e Científica, as quais compareceram ao Hospital e já iniciaram os procedimentos cabíveis.

Conforme orientação da Polícia Civil, o caso é investigado sob absoluto sigilo, razão pela qual não podemos fornecer qualquer informação neste momento.

Até a publicação desta matéria, não conseguimos o contato do advogado que representa o profissional que estaria envolvido no caso.

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