Valdemar Costa Neto diz que não discutiu “minuta do golpe”
Em depoimento, presidente do PL disse ter recebido "duas ou três" propostas, mas que jogou documentos fora
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O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, negou ter discutido a “minuta do golpe” e afirmou que uma declaração dada por ele no passado — de que o documento “estava na casa de todo mundo” — era uma metáfora. Em depoimento à Polícia Federal, concedido nesta quinta-feira (2) e a qual o SBT News teve acesso, o líder do partido de Jair Bolsonaro (PL) também disse ter recebido “duas ou três” propostas semelhantes à minuta. Mas que jogou os documentos fora quando viu que violavam a Constituição.
Perguntado a respeito das atitudes tomadas pelo PL acerca das minutas, Valdemar disse que nunca levou ao conhecimento do partido o conteúdo dos documentos. Ressaltou ainda que jamais tratou do assunto sequer com o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Não eram documentos sérios, pareciam documentos mal elaborados. Nenhum documento sequer era identificado”, justificou. O político também negou conhecer a autoria do documento.
O presidente do PL ainda disse não ter proximidade com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso em decorrêndia de investigações das invasões terroristas em Brasília. Depois dos atos, Torres foi alvo de operação da PF, que encontrou uma minunta com tentativa de golpe de estado em sua residência. Segundo Valdemar, ele só esteve reunido com Torres em um momento durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
Sobre os atos de vandalismo registrados no dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 12 de dezembro do ano passado, o político afirmou que “tinha muito policiamento” na cidade e que “muitas pessoas foram presas”. Indagado sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, disse que “o problema foi a falta de policiamento e que tem gente ruim em todo lugar, que o que precisa ter é policiamento forte e que tem ‘animal’ em todo lugar”.
Valdemar repetiu que o PL ou o ex-presidente não têm relação com os envolvidos, chamados de radicais. O presidente do PL alfinetou o ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino, e disse que “ficou contente” quando soube que o chefe da pasta informou que aumentaria a segurança na área dos Três Poderes da República. Valdemar no depoimento, declarou que ficu surpreso com a falta de reforço no dia dos atos golpistas. Ainda sobre os atos concluiu com pedido de rigor nas apurações: “essa gente tem que pagar por isso”.
O depoimento foi determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito do inquérito que apura o documento que pretendia decretar estado de defesa no TSE, encontrado na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.
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