Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2022

As razões para o deputado Milton Hobus deixar o PSD

Deputado deixará a sigla e a presidência do partido

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VICENTE SCHMITT/AGÊNCIA AL
VICENTE SCHMITT/AGÊNCIA AL

Cautela, seriedade e responsabilidade são os ingredientes que o deputado Milton Hobus acrescenta ao processo de saída da vida pública que irá culminar com a saída da presidência da sigla e desfiliação do partido nas próximas semanas.

No segundo mandato, sem ter concorrido à reeleição, Hobus já demonstrava a vontade explícita em, reuniões internas com o argumento de que, pelo menos no comando da sigla, deveria ser substituído por um parlamentar com mandato a partir de 2023.

O que pesa na decisão de Hobus é o retorno à atividade empresarial, no Alto Vale do Itajaí, e a dedicação à família, mas isso não descarta o pano de fundo político, pois não descarta que, após refletir, olhará os convites de outras siglas, mas sem participar de disputa a um cargo eletivo.

Ex-prefeito de Rio do Sul por duas vezes e secretário da Defesa Civil, Hobus tem base em uma das regiões mais bolsonaristas de Santa Catarina e ficaria sem qualquer tipo de defesa se o PSD nacional rumar em direção ao apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Problemas de percurso na eleição de 2022 foram decisivos

A aventura do partido com Gean Loureiro (União Brasil) nas eleições de 2022, uma derrota fragorosa e o fato de que o presidente nacional da sigla, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, manobra para estar no governo Lula, atrapalham a biografia do deputado estadual.

Vale lembrar que foi o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), pela segunda derrotado ao Senado, quem trouxe Hobus do PP para as hostes pessedistas, que ora lidera.

No Alto Vale, Hobus não conseguiu emplacar o candidato a deputado estadual, Gerri da Consoli, tampouco conseguiu recuperar o espaço da bancada na Assembleia, que reduziu de quatro para três cadeiras, embora tenha ocorrido a renovação com as chegadas de Napoleão Bernardes e Mário Motta ao lado da permanência de Julio Garcia.

No âmbito federal, muito mais por mérito pessoal, Ismael dos Santos elegeu-se deputado federal com o apoio da Assembleia de Deus, além da reeleição de Ricardo Guidi, mas as cadeiras de Darci de Matos e Hélio Costa, que havia migrado do Republicanos, foram perdidas sem o sucesso do projeto deles e o da deputada Marlene Fengler.

Quase o mesmo desfecho do que o de Gelson Merisio

Hobus sempre foi muito ligado ao ex-deputado Gelson Merisio, hoje no Solidariedade e na espera de um agradecimento de Lula em forma de cargo, que fez o mesmo movimento depois de perder a eleição ao governo em 2018: deixou o PSD quando estava na presidência da sigla.

Merisio seguiu para o PSDB com a intenção de se candidatar ao governo, mas deu um cavalo de pau, focou na esquerda, coordenou a campanha de Décio Lima (PT) ao governo, e não concorreu em 2022.

Hobus não faria um movimento tão brusco, principalmente pelo perfil extremamente bolsonarista e conservador de seu eleitorado.

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