Professora de SC é afastada após postagem política; entenda

Uma professora da rede municipal de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, foi afastada do cargo após publicar uma foto com cunho político. O prefeito João Rodrigues publicou um vídeo nas redes sociais ondem mostra a foto da educadora e diz que pediu uma sindicância e o afastamento após receber a foto de um grupo de pais. A professora disse à reportagem do SCC10 que o texto da foto tinha o objetivo de ser irônico, ao utilizar o termo “doutrina criancinhas”, por ser algo que políticos de direita acusam educadores.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Chapecó, a professora poderá ficar afastada por até 60 dias. A sindicância tem prazo para ser encerrada em 30 dias, e que após o resultado, será avaliada a situação.

O prefeito de Chapecó disse em vídeo, onde relata a situação, que estava perplexo com a publicação. No vídeo, o gestor identifica a professora e informa as providências tomadas pelo município. Rodrigues explica que vai encaminhar o caso ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). “Eu tenho respeito grande por todos os professores, independente de sua ideologia, professor vai para a sala de aula para transmitir seu conhecimento”, diz o prefeito.

“Na qualidade de prefeito de Chapecó, estou determinando a instauração de uma sindicância e o afastamento imediato”, disse o gestor do município. “Não é possível que algéum despreparado esteja em sala de aula utilizando esse vocabulário, nem de esquerda, nem de direita”, comentou Rodrigues.

Posicionamento da professora

A professora dá aulas em um Centro de Educação Infantil. Ela conta que no dia da votação de primeiro turno postou a foto em suas redes sociais, onde se manifestou politicamente e queria ironizar com a legenda: “Bom dia caros eleitores! Nunca foi tão propício para ser uma prof de esquerda que doutrina criancinhas desviando eles da família tradicional brasileira!!!“. “Obviamente isso foi irônico e a foi tirado do contexto”, diz.

Para a educadora, não existe doutrinação na rede de ensino e tanto ela quanto os colegas seguem os padrões pedagógicos. “Não existe nenhum tipo de doutrinação nas escolas. De nenhum viés político. Não existe. Nós temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, temos a Base Nacional Comum Curricular, que são as leis de diretrizes e bases que a gente precisa seguir”, relata a professora. Ela explica que sempre se manifestou politicamente em suas redes sociais, mas que está temendo pela sua integridade física, por estar recebendo ataques.

Em relação à sindicância, ela diz que está tranquila, por trabalhar conforme as diretrizes de educação. O Fórum Municipal em Defesa da Escola Pública publicou uma nota em defesa da professora.

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