Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Lula acaba com a negação sobre a corrupção, mas foi pouco

Candidato do PT à Presidência afirma que fará melhor do que nos dois governos anteriores

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REPRODUÇÃO/TV GLOBO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Com direito a panelaço nas principais cidades, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta (25) e usou a sua inegável retórica midiática para responder perguntas em um clima bem diferente, muito menos hostil do que o enfrentado quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu a entrevista na segunda (22).

Assim como Bolsonaro, Lula agrada aos seus eleitores e correligionários e pouco importa que tenha faltado com a verdade em determinados momentos ou cometido escorregões históricos. Um deles sobre o desempenho da economia em seu governo, quando o cenário internacional era favorável e havia euforia no desempenho nos mercados, tanto em relação ao câmbio, quanto no âmbito das exportações ou no preço do petróleo.  

No tema mais usado pelos seus adversários, Lula declarou que vai combater a corrupção. E que ela existiu em seu governo porque as pessoas, empresários e políticos próximos a ele, confessaram, quando agiram notoriamente contra a principal estatal brasileira, a Petrobras, no escandaloso Petrolão.

Mas o petista se coloca como imune às denúncias de corrupção contra ele ao disparar contra a Operação Lava Jato, o ex-juiz federal Sérgio Moro e parte do Ministério Público Federal. Isso sem citar, em momento algum, o procurador Deltan Dallagnol. Eles foram responsáveis pela sequência de equívocos que livraram Lula das acusações e das sentenças, principalmente pelo conflito de competência para o julgamento.

De fato, Lula, que reafirmou que quer ser presidente para fazer melhor do que nas duas vezes anteriores, não deve nada ao Judiciário. Escapou entre abusos e erros na produção de provas, o que não o exime da omissão, pois gente muito próxima a ele, como os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, para citar alguns, não foram poupados dos maus-feitos com o dinheiro público, literalmente nas barbas do ex-presidente.

A analogia necessária entre o Mensalão e o Orçamento Secreto

Lula declarou, por várias vezes, que Bolsonaro e até os 27 governadores se tornaram reféns do Centrão e do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que operam o orçamento secreto no Congresso, que tirou o comando do presidente da República sobre os recursos.

No passado, há que tanto o candidato petista se referiu, a relação de governabilidade no primeiro governo dele só foi assegurada pelo Mensalão. Onde aliados eram conquistados no Congresso com verbas autorizadas pelo Palácio do Planalto, um escândalo que era secreto até ser revelado, tema ignorado pelos jornalistas que questionaram Lula.  

Ambas as práticas deveriam ser expurgadas, varridas da relação entre Executivo e Legislativo, mas Lula, que lidera as pesquisas, prefere o “faz o que eu digo e não o que eu faço como argumento.

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