Democratas pedem mais investigações sobre mortes de Dom e Bruno

Na esteira dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, 23 democratas membros da Câmara dos Estados Unidos solicitaram nesta terça-feira (19) que o governo de Joe Biden tome uma série de medidas para mitigar o desmatamento e os crimes na Amazônia. 

Encabeçada pelos deputados Raúl Grijalva e Susan Wild, a carta endereçada ao Secretário de Estado, Anthony Blinken, cita os assassinatos de outros indigenistas no Brasil, como Dorothy Stang e Chico Mendes, para alertar sobre a violência contra defensores do meio ambiente no país. Informando dados da organização Global Witness, que rastreia esse tipo de crime, a carta expõe que dos 1.540 assassinatos de defensores do meio ambiente entre 2012 e 2020, 317 ocorreram no Brasil.

“Isso representa mais de um em cada cinco desses assassinatos em todo o mundo. E as mortes são apenas a ponta do iceberg da violência que é cometida diariamente contra os defensores da terra e do meio ambiente”, afirmam os parlamentares.

“A impunidade é a palavra de ordem para assassinatos na Amazônia brasileira, e, para o futuro da Amazônia, este caso (de Dom Phillips e Bruno Pereira) não pode simplesmente desaparecer na memória”, continua a carta, que propõe cinco medidas à atual administração.

A primeira demanda que Biden apele publicamente para o julgamento de todos os envolvidos nos assassinatos, e que também peça por uma investigação imparcial e exaustiva das circunstâncias do assassinato – com foco não apenas nos agressores, mas também em quaisquer outros indivíduos e organizações relevantes.

A segunda e a terceira medida solicitam que a administração se reúna com representantes dos povos indígenas locais e escute suas demandas, comprometendo-se a acompanhar — a longo prazo — a situação de segurança dos povos indígenas da região do Javari e apoiar os esforços de proteção coletiva dos territórios, como as patrulhas indígenas.

Os parlamentares também pedem o envio de uma delegação de alto nível ao Brasil para se reunir com representantes de povos indígenas locais e formular uma agenda política dos Estados Unidos para abordar suas preocupações, e que o governo crie parcerias com outros governos, especialistas internacionais e organizações internacionais (incluindo órgãos relevantes como a ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos) para monitorar e responder à situação atual.

Entre os signatários estão Rashida Tlaib, Barbara Lee, Alexandria Ocasio-Cortez, Peter Welch e outros membros do partido democrata. 

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