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Racismo nos estádios

VÍDEO: Torcedor do São Paulo flagrado fazendo gesto racista presta depoimento

Só neste ano, foram notificados 57 casos de racismo.

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A Polícia identificou um dos torcedores do São Paulo flagrado fazendo gestos racistas contra torcedores do Fluminense durante uma partida pelo Brasileirão, no domingo (17), na capital paulista.

O são-paulino Ricardo Fernandes ser apresentou na delegacia, onde prestou depoimento sobre o episódio e foi liberado. Na saída, pediu para não sofrer julgamentos, antes da conclusão das investigações: “Eu peço, por gentileza, que não me julguem, não me massacrem. Da forma que eu fui massacrado, é muito injusto, antes de ser apurado”.

O advogado de Ricardo também justificou as imagens. “Quem olhar com calma, analisar a imagem, o vídeo, vai verificar que ele está imitando o personagem Incrível Hulk”, alega o defensor Tiago Luís.

As cenas foram registradas nas arquibancadas do Morumbi. Em diferentes momentos, dois torcedores do São Paulo aparecem imitando um macaco para torcedores do Fluminense.

Gabriel Brandão, que viajou do Rio de Janeiro para assistir ao jogo do time na capital paulista, foi quem gravou um dos vídeos. “Puxei o celular do bolso e falei ‘vou filmar, não é possível que ele não vai parar de fazer'”, conta o torcedor do Fluminense.

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No vídeo, é possível ver que os gestos racistas são feitos na frente de policiais militares, que não tomam nenhuma providência. “A gente vê na televisão, mas nunca tinha visto de frente. Vi que realmente era para mim, me assustei um pouco”, acrescenta Ricardo.

Em nota, o Comando da Polícia Militar informou que os policiais se deslocavam para conter uma briga na parte de cima da arquibancada, e não perceberam os gestos racistas do torcedor são-paulino.

Já o São Paulo registrou um boletim de ocorrência, e afirmou que não tem medido esforços para que os agressores sejam impedidos de frequentar estádios de futebol.

Só este ano, já foram notificados 57 episódios de racismo nos estádios brasileiros. O número se aproxima do total de ocorrências registradas ao longo de todo o ano passado, que somou 64 casos.

O flagrante no Morumbi não foi o único deste final de semana. Nas séries B e C do Campeonato Brasileiro, outros dois episódios de racismo também causaram indignação.

No jogo entre Criciúma e Ponte Preta, em Santa Catarina, o árbitro relatou na súmula que o jogador Rondinelli, da Ponte, disse que foi chamado de macaco por torcedores do Criciúma, durante o aquecimento. A Ponte Preta levou o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. 

Episódio parecido aconteceu na partida entre Brasil de Pelotas e Atlético do Ceará. O lateral Zé Carlos, do time cearense, relatou ter sido ofendido por torcedores gaúchos.

Tanto o Criciúma quanto o Brasil de Pelotas repudiaram os casos e informaram que os torcedores racistas foram identificados. O vice-presidente do clube gaúcho, que já foi punido por racismo, desabafou. “É inadmissível que isso volte a ocorrer, é inadmissível que se descredite alguém que sofre, é inadmissível que se vaie da forma que vaiou o atleta , que foi chamado de mentiroso. A gente tem que vir para o estádio para torcer e não para agredir os outros”, afirmou Arthur Lannes, nas redes sociais.

Para Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, fechar o cerco contra o racismo não deve ser responsabilidade apenas das autoridades. “A gente precisa entender que ato racista não é piada, ato racista é crime, e esses torcedores que estão em volta desses torcedores que cometem atos racistas, têm que se mostrar anti-racista de fato”, pondera o especialista.

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