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Julgamento da chacina de Saudades deve seguir em junho; veja data

O acusado foi denunciado por cinco homicídios, incluindo três bebês, e por 14 tentativas de homicídio

• Atualizado

Giovanna Pacheco

Por Giovanna Pacheco

Foto: Andrielli Zambonin | SCC SBT
Foto: Andrielli Zambonin | SCC SBT

O TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) deve julgar, na próxima terça feira (28) às 9 horas, o recurso apresentado pela defesa de Fabiano Kipper Mai, autor da chacina de Saudades, no Oeste do estado. O acusado foi denunciado por cinco homicídios, incluindo três bebês, e por 14 tentativas de homicídio. A apelação do caso tramita em segredo de justiça.

Segundo o TJSC, o julgamento está suspenso desde quatro de março, quando a defesa do acusado solicitou a reavaliação de sua insanidade mental. Ainda em fevereiro o pedido havia sido negado, mas em março foi acatado.

Relembre a chacina de Saudades

No dia 4 de maio, Fabiano saiu para trabalhar e no horário de intervalo voltou para casa, preparou a mochila, fez um lanche, pegou sua bicicleta e foi para a escola. Com as duas armas brancas, uma de uso militar e outro para uso em vegetação, atacou brutalmente as profissionais e depois as crianças.

“Por pouco essa tragédia não foi pior (..) o terror se alastrava pelo local”, Fabiano chegou a entortar portas tentando adentrar as salas. Os promotores reforçaram que ele utilizou força física para tentar invadir outras salas onde estavam crianças e professoras, e as profissionais impediram que ele entrasse e assim a tragédia fosse maior. Ele ainda “ele incrementou seu tom sádico. debochou da situação, batendo nos vidros da janela.

Uma das professoras, sem saber do ataque, chegou a ficar cara a cara com Fabiano. Com a faca de 68 centímetros, o autor tentou desferir um golpe contra o rosto da profissional, lesionando de forma superficial o pescoço e rasgando a máscara de proteção contra a covid-19 da educadora.

No momento do crime, 40 pessoas estavam na creche, sendo 19 crianças e 21 profissionais.

“Fabiano queria um massacre. Nos relatórios foi possível observar inúmeras e reiteradas pesquisas de extrema violência, com matança generalizada. Fabiano nutria especial idolatria por assassinos em série”, explicou o promotor responsável pelo caso em 2021, Douglas Dellazari, ao informar que o objetivo do autor do crime era matar o maior número de pessoas.

Segundo as investigações, durante dez meses, Fabiano planejou, pesquisou sobre ataques à escolas e se manifestou em fóruns na internet sobre outros crimes. Nos meses que antecederam a tragédia, Fabiano se informou na internet sobre o retorno das aulas presenciais em Santa Catarina, em especifico em Saudades. Um dia antes de cometer o crime, no dia 3 de maio, ele pesquisou sobre a creche.

“Eu não vislumbro nenhuma dúvida razoável, nenhum indício, de que ele é insano mentalmente. Muito pelo contrário, quer se dar uma justificativa para um ato injustificável. Infelizmente atos infames, vis, cruéis e maldosos também são cometidos por pessoas mentalmente sãs”, explicou Delazzari, que também afirmou que Fabiano tinha a necessidade e o interesse de reconhecimento e fama.

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