Aumento no preço dos combustíveis impacta motoristas autônomos

A alta no preço dos combustíveis tem impactado a vida de motoristas autônomos, que enfrentam uma redução drástica do lucro. Muitos já pensam em desistir.

Mesmo pagando aluguel do carro, valia a pena para o Rafael Leiva Martins trabalhar como motorista de aplicativo. Ele conseguia faturar por dia R$ 500 reais, mas não consegue mais e a explicação está em quanto ele gasta para abastecer o carro. O aumento no preço dos combustíveis derreteu o lucro dele e de tantos outros motoristas de aplicativo.

O petróleo já vinha encarecendo no mercado internacional, mas com o conflito entre Rússia e Ucrânia o preço disparou e bateu no nosso bolso. Na semana passada, a Petrobras reajustou o diesel em 24,9% e a gasolina em 8,8%.

As duas principais plataformas de corrida anunciaram medidas de redução de custos para os parceiros, mas a Associação dos Motoristas de Aplicativo acredita que 25% não suportarão os custos e vão mudar de profissão.

Antônio Ademir dos Santos tem uma empresa de mudanças, cobra em média R$ 2.500 pelo serviço e diz que não tem como absorver o aumento dos custos, que não se limitam ao abastecimento do caminhão. “Tem que repassar o aumento do diesel, da bolha, fita, da caixa, material de embalagem, está tudo mais caro”, afirma o empresário.

O Congresso alterou as regras de cobrança do ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, visando conter o valor do litro na bomba. Mas na análise do professor de economia do Insper, Roberto Dumas, seria mais eficiente restringir o benefício a quem realmente precisa de ajuda: “a hora que você aumenta o frete, por causa do aumento do combustível, você vai ter uma reação em cadeia que vai aumentar o preço dos alimentos e vai aumentar de tudo que é transportado por caminhões e pelo frete, então seria melhor dar subsídio para o caminhoneiro, que ele precisa, do que pra todo mundo que usa carro, principalmente aquela família que tem 4, 5 carros SUV”, explica o professor.

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