Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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A notícia balançou o mundo corporativo: Anitta no conselho de administração do Nubank

Mas o que isso significa? E no que isso impacta na nossa vida?

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Anitta. Foto: Instagram, Reprodução
Anitta. Foto: Instagram, Reprodução

Anitta? Sim. Ela mesma, a cantora Anitta, que é considerada o maior ícone pop da América Latina, tem mais de 50 milhões de seguidores no Instagram e coleciona episódios polêmicos que geram milhões de lovers e haters, vai mesmo se sentar em uma das cadeiras do conselho de administração da Nubank e, essa não é uma jogada de marketing.   

Mas o que isso significa? E em que isso impacta na nossa vida?

De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o conselho de administração de uma empresa é o órgão colegiado que se encarrega do processo de decisão de uma organização quanto ao seu direcionamento estratégico. É o guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da empresa, atua como o elo entre a diretoria e os sócios da organização. Ou seja, é o conselho de administração que dá a direção, define as estratégias e decide o futuro da empresa. 

O fato de Anitta participar do conselho de administração da Nubank, no momento que o banco está investindo nos consumidores da América Latina, por acaso o maior reduto de fãs da agora conselheira, deverá trazer para a fintech um conhecimento profundo desses consumidores. Ela, que já liderou inúmeras estratégias de marketing arriscadas e de sucesso, aceitou o desafio em função do trabalho inclusivo da empresa para o público que tem dificuldade de acesso ao crédito. A Nubank tem como objetivo a ampliação da acessibilidade a serviços financeiros à toda a população.

Para a Nubank, Anitta, além da maior e mais influente artista do Brasil, é uma empresária e empreendedora de sucesso, que usou sua visão estratégica para expandir a carreira internacionalmente. Além do mais, a cantora, cresceu em Honório Gurgel, no subúrbio do Rio de Janeiro, e conhece bem as dificuldades de quem procura serviços bancários no dia a dia.

Inovação e empoderamento

Anitta - Girl From Rio - Foto _ Instagram Reprodução
Anitta – Girl From Rio – Foto: Instagram Reprodução

A missão de Anitta como membro do conselho é trazer inovação com um novo olhar, ajudando a desenvolver produtos e comunicação, focando em empoderar as pessoas. 

Terceira mulher do Conselho Administrativo do Nubank, Anitta vai enfrentar mais um desafio, atuando ao lado de profissionais com muita experiência no mercado financeiro, como Anita Sands, professora da universidade americana de Princeton e ex-diretora de operações do banco suíço UBS, e Jacqueline Reses, ex-presidente da fintech Square e atual presidente do Conselho Consultivo Econômico do FED, o banco central norte-americano. 

Mas em isso vai impactar na sua vida??

Vai impactar não somente na minha ou na sua vida, mas na vida de todos, pois a ida de Anitta para o conselho de administração da fintech Nubank tem a ver com equidade, inclusão e diversidade. Esses temas tão importantes, vem sendo debatidos com frequência ultimamente, tanto na academia quanto no mundo corporativo. O fato de uma estrela pop, mulher, jovem e controversa conquistar um lugar que é conhecido por ser ocupado por homens de meia idade, brancos, heterossexuais e de carreira dentro do mercado corporativo significa que o mundo, felizmente está mudando. É uma grande vitória, e deve ser encarada como tal a despeito do preconceito em torno da figura de Anitta.

Uma equipe diversa, em todos os níveis da organização traz novas perspectivas e fomenta a competitividade. A presença de mulheres, pessoas negras, deficientes, LGBTQI+, mais idosas ou muito jovens, entre outros, principalmente nos assentos dos conselhos de administração trazem maior identificação das estratégias e valores da empresa com o seu publico. Deste modo, a organização cresce em inovação e desenvolve mais produtos com os quais seus clientes se identificam, aumentando assim o resultado. Uma empresa com cultura plural entende melhor seus clientes e retém seus talentos.

E aí? Com tantas pessoas talentosas, diversas e plurais, que podem contribuir para o crescimento não somente da organização, mas da sociedade como um todo, você ainda não acha importante fomentar a diversidade?


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