Queiroga diz que não vai tirar recomendação de cloroquina do site da Saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez declarações sobre o uso de medicamentos sem eficácia para tratamento da Covid-19 nesta terça-feira (8). Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Queiroga disse que o tratamento com remédios como hidroxocloroquina não tem comprovação científica, mas que não vai retirar a recomendação do medicamento do sistema do ministério.

“Não tem comprovação científica. No entanto, o meu foco é vacinar a população brasileira”, declarou o ministro. “A nota informativa perdeu seu objeto. A nota não é um protocolo. Ela não é um ato administrativo, não cabe revogação”, completa. 

Ao ser questionado sobre a retirada da nota de recomendação do Ministério da Saúde, Queiroga disse que não o fará, por considerar que é um tema histórico sobre a pandemia. “Ela está no site e não vou retirar, pois faz parte da história do enfrentamento a pandemia”, disse.

O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu o posicionamento do ministro. E defendeu que a permanência da nota no site pode gerar dúvidas. “Ela ficando lá ajuda que a dúvida persista”, destaca. Queiroga retrucou, declarando não saber dessa possibilidade. Calheiros respondeu: “É uma pena que o senhor não saiba disso”. 

Nesta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depõe pela segunda vez à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.  Um mês e dois dias depois da primeira fala, Queiroga deve ser questionado, principalmente, sobre a preparação do Brasil para enfrentar uma iminente terceira onda de contaminações por covid-19.

Motivo do retorno de Queiroga

A segunda convocação foi protocolada pelo vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que citou contradições do ministro “em diversos aspectos”.

“Um deles diz respeito à afirmação de que, na gestão dele, não há promoção do uso da hidroxocloriquina para tratamento da Covid-19. Todavia, o Ministro, até o presente momento, não revogou a Portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação para este fim, mesmo sabendo-se que a medicação não possui eficácia para tal fim, consoante informam a OMS e diversos órgãos técnicos de saúde. 

Ademais, é preciso que o Ministro da Saúde explique a edição da Portaria nº 885, de 04 de maio de 2021, que regulamenta o art. 23 do Decreto nº 7.827, de 16 de outubro de 2012, para dispor sobre os procedimentos de cobrança administrativa e de instauração de tomada de contas especial para recomposição ao erário de valores transferidos na modalidade fundo a fundo, no âmbito do Ministério da Saúde. 

Por essas razões, entendo necessária a reconvocação do Ministro Marcelo Queiroga para explicar esses e outros temas e para tanto, solicito o apoio dos colegas senadores, para a aprovação deste requerimento.”

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