João Silva

Graduado em economia e relações internacionais pela Boston Univeristy. Mestre em relações internacionais na University of Chicago e mestre em finanças pela University of Miami.


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João Victor da Silva

O Brasil precisa melhorar sua imagem no Exterior para voltar a crescer

Apenas com uma imagem positiva teremos capacidade de buscar mais investimento externo para aumentarmos nossa capacidade de crescimento econômico

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Imagem ilustrativa/ Foto: Freepik
Imagem ilustrativa/ Foto: Freepik

Desde o governo Temer a estratégia de recuperação econômica do Brasil está baseada na realização de reformas econômicas com o intuito de aumentar os investimentos. A premissa dessa estratégia é que com a melhoria da situação fiscal do Estado brasileiro e com o desenvolvimento de um ambiente econômico mais livre, os agentes econômicos internos e externos terão mais confiança em investir no país. Assim, o Brasil poderia voltar a experimentar taxas de crescimento mais altas e sustentáveis no longo prazo.

No entanto, a capacidade de investimento doméstico no país é relativamente baixa, visto que a taxa de poupança foi de apenas 15,5% do PIB em 2020. Como nossa taxa de poupança está muito abaixo de países com crescimento econômico elevadas como China, Cingapura e Índia, os quais possuem taxas de poupança entre 30% e 45% do PIB, os investimentos na economia do país passam a depender também da poupança externa.

Consequentemente, sem uma política para aumentar a poupança interna, o país precisa competir com outras nações do mundo para conquistar investimentos externos. Esses investimentos são necessários para aumentar sua capacidade de crescimento, especialmente aqueles relacionados ao capital físico, como na construção de indústrias e infraestrutura. No entanto, a competição por poupança externa é uma missão difícil, pois diversos países também buscam esses recursos para seu desenvolvimento econômico.

Ou seja, além das reformas econômicas precisamos melhorar a imagem do Brasil no exterior. Seja por motivos legítimos ou não, boa parte da cobertura do Brasil na imprensa internacional é negativa. Questões como queimadas na Amazônia, corrupção, criminalidade e problemas sociais tendem a dominar o noticiário sobre o Brasil no exterior. Já a agenda política de reconstrução do país acaba por ser relegada a um segundo plano.

Essa percepção negativa trata-se de um grande desafio para a atração de investimentos externos no país. Afinal de contas, empresas e governos estrangeiros acabam por serem pressionados por parte da população de seu país a não fazerem negócios com o Brasil. Como ilustração a este ponto podemos considerar a pressão de grupos ambientalistas e agricultores europeus contra a realização de acordos comerciais com o país, pois segundo esses grupos o Brasil “destrói suas florestas para ter vantagem no agronegócio”. Apesar dessas afirmações serem uma grande falácia – visto que o Brasil é um dos países com maior preservação de mata nativa do mundo, um dos códigos florestais mais rígidos do mundo e um setor agropecuário mais sustentável do que o europeu – essas pressões acabam por prosperar, pois a imagem do Brasil no exterior é substancialmente negativa. Assim, empresas deixam de fazer negócio com o Brasil e acordos comerciais acabam não prosperando.

Portanto, torna-se imprescindível que a estratégia de recuperação econômica do país busque instrumentos para melhorar a imagem do Brasil no exterior. Apenas com uma imagem positiva teremos capacidade de buscar mais investimento externo para aumentarmos nossa capacidade de crescimento econômico.

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