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Turismo sexual: estrangeiros usam brasileiras de cobaia para treinamento de conquista

Eles promoveram uma festa em São Paulo e convidaram mulheres que não foram avisadas que serviriam de cobaias para um treinamento de conquista amorosa

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Eles se apresentam como Mike Pickup Alpha e David Bond, mas os nomes reais são Ziqiang Ke e Steven Mapel | Foto: reprodução/SBT News
Eles se apresentam como Mike Pickup Alpha e David Bond, mas os nomes reais são Ziqiang Ke e Steven Mapel | Foto: reprodução/SBT News

Dois estrangeiros que se apresentam como “instrutores de paquera”, estão incentivando uma nova modalidade de turismo sexual em vários países, inclusive no Brasil. Eles promoveram uma festa em São Paulo e convidaram mulheres que não foram avisadas que serviriam de cobaias para um treinamento de conquista amorosa. Um curso de paquera em pleno carnaval brasileiro. Motivos não faltam, na opinião dos coaches da conquista amorosa: “É um ótimo lugar para treinar a abordagem, treinar o físico e ficar confortável com mulheres”, diz um deles. 

Eles se apresentam como Mike Pickup Alpha e David Bond, mas os nomes reais são Ziqiang Ke e Steven Mapel. A dupla de estrangeiros promete fazer com que homens se especializem na conquista de mulheres, inspirados em técnicas que transformam as vítimas em objetos sexuais sem que elas saibam.

O valor do treinamento não é nada barato: varia de 60 mil a 260 mil reais e tem como foco homens de alto poder aquisitivo em países como Colômbia, Costa Rica, Filipinas, Tailândia e Brasil. Por aqui, o chamado “curso de conquista” aconteceu no mês passado e incluiu uma festa em uma mansão no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Só que as mulheres que foram convidadas não sabiam que eram cobaias das técnicas de paquera. O “evento” foi no dia 26 de fevereiro. Foram oferecidos transporte gratuito para mulheres, bebida e comida à vontade.  

Mas não foi só isso: os inscritos do curso receberam um kit com camisinhas, pílulas do dia seguinte e até mesmo perfumes que supostamente exalam substâncias para chamar a atenção das mulheres. Mas algumas das convidadas registraram boletim de ocorrência por terem sido filmadas sem autorização. “Bom, eu estou meio chocada com isso, porque eu não sabia que ia dar nisso. E estou, sabe, sem entender que eles fazem essa coisa que eles estão sendo acusados de fazer”, diz uma das presentes sem se identificar. 

Já o advogado criminalista João Raposo, não tem dúvidas: ” É basicamente uma nova forma de turismo sexual, em que esses homens se reúnem pra trocar experiênicas de como convencer mais facilmente essas garotas – que normalmente têm uma condição financeira bem mais baixa que a deles – a ter relações sexuais com eles no mundo inteiro”. 

Muitas mulheres foram convidadas por homens que conheceram em aplicativos de relacionamento. A advogada criminalista Cecília Mello afirma que a fraude consiste no objetivo não declarado da festa: uma espécie de prova prática para homens que fizeram o curso. ” A fraude está em aparentar alguma coisa que não é. Convidá-las para um encontro talvez amoroso, talvez social, talvez furtivo, não importa, mas a finalidade não é aquela. Aí acho que a gente tem dois contextos. Um que é do 149-a do Código Penal, que é o tráfico mesmo de pessoas para fins sexuais (…) e a outra questão é a exploração sexual mesmo, o induzimento, atrair alguém para esses fins”, sentencia ela.

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