Três feminicídios em menos de uma semana escancaram a violência contra mulheres em SC
Crimes ocorreram entre os dias 27 e 31 de julho; vítimas foram mortas pelos próprios companheiros
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Santa Catarina voltou a registrar episódios chocantes de feminicídio em um curto intervalo de tempo. Entre os dias 27 e 31 de julho, três mulheres foram brutalmente assassinadas por companheiros ou ex-companheiros em diferentes regiões do estado, revelando a persistência da violência de gênero mesmo diante de medidas legais de proteção.
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As vítimas são Rosimary Martins, Tatiane Kurth Cipriani e Sandra Raquel Nolli. Todas foram mortas em contextos de violência doméstica, e os crimes ocorreram nas cidades de Penha, Rodeio e Rio do Sul. Dois dos autores foram presos, e um deles tirou a própria vida após o crime.
Entenda os casos
Em Penha, no Litoral Norte de Santa Catarina, Rosimary Martins foi morta a facadas. O corpo da mulher só foi encontrado dois dias depois. O autor, seu ex-companheiro, foi preso preventivamente e confessou o crime. Rosimary já havia solicitado ajuda à Justiça e possuía uma medida protetiva de urgência, que não foi suficiente para impedir a tragédia.
Já em Rodeio, no Vale do Itajaí, Tatiane Kurth Cipriani foi assassinada dentro de casa, também a facadas, pelo marido. Após o crime, ele utilizou uma espingarda para tirar a própria vida. O casal tinha filhos pequenos.
Em Rio do Sul, Sandra Raquel Nolli foi executada a tiros pelo esposo, em seu ambiente de trabalho. O crime aconteceu durante o expediente, na presença de colegas de trabalho. O autor fugiu, mas foi capturado ainda no mesmo dia, já no estado do Paraná.
Um retrato da violência
Os três feminicídios em menos de uma semana ilustram o ciclo de violência que afeta milhares de mulheres em Santa Catarina. Segundo o Observatório da Violência Contra a Mulher, mais de 45 mil medidas protetivas foram concedidas entre 2024 e 2025 no estado um número que, por si só, evidencia a dimensão do problema.
Apesar de uma discreta redução nos índices de feminicídio neste período, os números ainda são considerados altos. Para especialistas, a sensação de impunidade e a fragilidade dos mecanismos de proteção continuam sendo entraves para a real segurança das mulheres.
A deputada estadual Luciane Carminatti, que coordena o Observatório, chama atenção para a necessidade de uma ação mais ampla e integrada do poder público:
“O feminicídio é o ponto final de um histórico de agressões e abusos. Não basta conceder medidas protetivas. É preciso monitoramento efetivo dos agressores, suporte psicológico às vítimas, capacitação de agentes públicos e campanhas constantes de prevenção”.
Agosto Lilás: um mês de reflexão e mobilização
Os assassinatos ocorreram na véspera do Agosto Lilás, campanha nacional de combate à violência contra a mulher, criada com base na Lei Maria da Penha, que completou 18 anos em 2024. O mês tem como objetivo ampliar a conscientização da sociedade, estimular denúncias e pressionar por políticas públicas mais eficazes.
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