Tragédia em Petrópolis matou mais de 200 pessoas
Outras 51 pessoas seguem desaparecidas; apesar da chuva, buscas por sobreviventes seguem pelo 9º dia no município de Petrópolis
• Atualizado
Subiu para 204 o número de mortes em decorrência das fortes chuvas que atingiram Petrópolis, cidade da Região Serrana do Rio, na semana passada. Dentre as vítimas, 39 eram crianças ou adolescentes; 188 corpos já foram identificados.
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Confira a reportagem:
Segundo última atualização do Corpo de Bombeiros, divulgada no começo da noite desta quarta-feira (23), outras 51 pessoas seguem desaparecidas. As buscas por sobreviventes da tragédia já chegam ao 9º dia, apesar das dificuldades impostas pelas idas e vindas da chuva e pelo solo encharcado.
Moradores que conseguiram ser resgatados à tempo lutam, agora, para superar o trauma e reconstruir a vida do zero. “A gente estava começando a tirar, jogar para cima. O chão abriu. Só deu para escutar o barulho, um estalo, proteger a cabeça, com medo de bater alguma coisa na cabeça… e ficou tudo escuro”, conta Fernando Augusto, um dos sobreviventes da estamparia que desabou, na última terça-feira (15), durante o temporal.
Imagens registraram o momento em que a construção começou a desmoronar, enquanto funcionários tentava salvar o que era possível. Todos os trabalhadores que estavam no local escaparam com vida. “Pensei muito na minha esposa, na minha família, nos meus filhos… Foi tão impressionante que eu não sei nem de onde eu tirei forças para sair dali debaixo”, relata Marcelo Santos, que também trabalhava na estamparia.
No caso de Dona Gilda, porém, seguir em frente será muito mais difícil. Com a família devastada, a moradora enfrenta o luto pela perda da filha, que estava grávida de 7 meses, e de dois netos, de 9 e 11 anos. Os três estavam em casa quando o imóvel desabou. “É uma coisa que eu vou carregar sempre comigo. Ela é uma pessoa que todos os domingos, ela vinha almoçar comigo. Todos os domingos. Minha filha…”
Combate a irregularidades na reconstrução de Petrópolis
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) montou, nesta semana, uma força-tarefa para fiscalizar as ações do Poder Público e evitar desvios de verbas destinadas à reconstrução da Cidade Imperial.
Os promotores também irão acompanhar o trabalho de assistência às famílias afetadas pelo desastre, e estão alertas, principalmente, em relação às condições das instalações onde estão sendo alocados os desabrigados da cidade. “Em alguns deles, tivemos notícias de surto de piolho, notícias de surto de covid. Aglomeração de pessoas”, relata a promotora de Justiça, Vanessa Katz.
Segundo o MP-RJ, dos 22 abrigos montados em Petrópolis, 8 apresentam situação de alto risco, isto é, comportam mais de 80 pessoas e já enfrentam problemas sanitários.
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