Quase quatro mil casos de estupro foram registrados em Santa Catarina, em 2021
No Brasil, foram registrados 66 mil casos de estupro no ano passado, dentro desses números, 75,5% das vítimas eram incapazes de consentir
• Atualizado
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, Santa Catarina registrou 3.808 casos de estupro, totalizando em média dez violências por dia. O estupro é o ato sexual sem consentimento de uma das partes, sendo considerado uma violência que deixa marcas além das físicas, causando traumas e insegurança nas mais diversas fases da vida da vítima.
No Brasil, foram registrados 66 mil casos de estupro no ano passado, dentro desses números, 75,5% das vítimas eram incapazes de consentir, sendo maioria crianças de até 13 anos de idade. Em 79,6% dos casos, o autor era conhecido da vítima.
Segundo Patricia Zimmermann, coordenadora da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Santa Catarina (DPCAMI SC), atualmente o país vive um momento de saída do período pândemico, no qual muitas crianças e adolescentes ficaram longe do convívio social. Considerando que a maioria dos autores de estupro eram próximo das vítimas, pode-se constatar que muitas delas estavam convivendo com o seu agressor.
Outro tópico abordado em relação ao crime, é a desnaturalização da cultura do estupro, uma condição que leva pessoas a se encorajarem e praticarem a infração. Para Mareli Graupe, doutora em estudos de gênero, ainda é muito comum mulheres não serem vistas e respeitadas como sujeito de direitos. “Nós precisamos de políticas públicas, que trabalhem essa temática no campo da educação, cultura e mídia. É necessário questionar todas as vezes em que meninas ou mulheres forem objetificadas”, ela diz.
Prevenção dos crimes
Sobre a prevenção dos casos, o psicólogo Vitor Passe sugere que os pais mantenham um diálogo com os filhos, para explicarem sobre consentimento e as partes que só a criança pode tocar, além de facilitar que os filhos se expressem com a família quando algo estiver errado.
É importante que haja acompanhamento para a vítima e a família, porque a situação desestrutura a todos, diz o psicólogo.
Vitor Passe
De acordo com Daiane Correia, conselheira tutelar, ao identificar o crime, a família deve ir a delegacia de polícia, para realizar o boletim de ocorrência, e dentro das 72h procurar um hospital para atendimento médico, onde os profissionais irão notificar o conselho tutelar para que a instituição possa fazer os encaminhamentos necessários.
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