Polícia revela causa da morte de criança esquecida dentro de carro em SC
A madrasta da criança foi indiciada por homicídio culposo — quando não há intenção de matar
• Atualizado
Miguel Antunes Versari, de apenas 3 anos e 10 meses, morreu após ser esquecido dentro de um carro fechado, em Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, em 25 de abril. A causa da morte foi confirmada por laudo pericial da Polícia Científica, divulgado pela Polícia Civil. A madrasta da criança foi indiciada por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
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De acordo com a Polícia Civil, a criança morreu de asfixia, após ficar mais de 10 horas dentro de um carro.
A investigada, que mantinha um relacionamento com a mãe da criança há mais de quatro anos, disse em depoimento que não percebeu a presença de Miguel no banco de trás do veículo.
Criança foi esquecida no carro
Após deixar a companheira no trabalho, ela estacionou o carro por volta das 7h10 da manhã e foi trabalhar em outra cidade com uma motocicleta. Só por volta das 17h30, ao buscar a criança na escola, percebeu o que havia acontecido.
De acordo com o delegado Édipo Flamia Helt, imagens de uma câmera de segurança ajudaram a reconstituir os fatos.
“O veículo foi estacionado às 7h10. Às 7h14, ainda havia movimentos da criança no carro. Depois disso, por volta das 9h05, os movimentos cessam. O laudo aponta que a causa da morte foi asfixia. O corpo já estava em rigidez cadavérica quando os bombeiros chegaram”, explicou Édipo Helt.
“A investigada relatou ainda que tentou fazer o processo de reanimação e que vizinhos ligaram para a emergência”, contou o delegado.
Madrasta é indiciada por morte de enteado
A análise do carro também apontou desalinho e objetos fora do lugar, indicando que Miguel tentou se movimentar antes de perder os sentidos. A criança estava gripada e com dor de dente no dia anterior, o que fez com que a escola não estranhasse a ausência.
O delegado destacou que “a conduta da investigada, apesar de não intencional, foi negligente. Havia previsibilidade objetiva, uma vez que ela fazia esse trajeto todos os dias.” A acusada também revelou que faz tratamento psiquiátrico para transtorno de ansiedade e déficit de atenção, com uso de medicação controlada.
Agora, com o inquérito concluído, o caso segue para o Ministério Público, que vai decidir se oferece denúncia, pede novas diligências ou arquiva o processo.
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