Polícia prende homem suspeito de estuprar filha e neta em Joinville
O crime acontecia dentro da própria casa da família
• Atualizado
Na terça-feira (19), a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI/PCSC) de Joinville, no Norte de Santa Catarina, cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um homem. Ele é investigado pela suspeita de estupro de vulnerável contra duas meninas. Uma delas é filha do próprio investigado. A segunda vítima é a neta da companheira do homem suspeito.
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Segundo a apuração, os abusos sexuais contra a filha e a neta foram praticados de forma reiterada contra ambas as vítimas, em ambiente doméstico e familiar.
O investigado pelo estupro da filha e da neta foi conduzido ao Presídio Regional de Joinville. As investigações seguem com a DPCAMI/PCSC de Joinville.
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SC tem a 4ª maior taxa de casos de abuso sexual infantil notificados do país
Uma violência que é silenciosa, e em muitas vezes não deixa cicatrizes físicas, mas muitas marcas psicológicas. Santa Catarina está em quarto lugar no ranking nacional de casos de estupro notificados de crianças e adolescentes. Os dados são do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Só em 2020, 2.569 crianças e adolescentes foram vítimas de estupro no Estado. No entanto, esse número ainda pode ser bem maior. Isso porque muitas vezes a vítima fica cercada por uma barreira de silêncio. Veja na reportagem do SCC Meio-Dia:
Como perceber
por: agência brasil
De acordo com Elaine Amazonas, assistente social e gerente de projetos na Bahia da ONG Plan International, que promove os direitos das crianças, identificar os sinais de um abuso não é fácil pois, na grande maioria das vezes, o abusador não deixa sinais físicos. Segundo ela, é preciso estar atento às mudanças repentinas de comportamento: “Muitas vezes a criança se apresenta mais irritadiça, apresenta ansiedade, dores no corpo, na cabeça, barriga, sem uma explicação mais lógica. [Apresenta] alterações gastrointestinais. Raiva, rebeldia. Muitas crianças ficam mais introspectivas, não querem conversar, têm pesadelos constantes voltam a fazer xixi na cama, chupar dedos”, enumera.
Raquel Andrade acredita que importantes formas de prevenção são a cumplicidade e o diálogo constante com os filhos: “Que os pais se esqueçam um pouco deles e se doem mais aos filhos. Tem pai que acha que é perder tempo sentar junto com o filho. Não é perder tempo, é qualidade de vida, é salvar o seu filho, é salvar a sua filha. Então senta, conversa, mostra os perigos que eles estão correndo. Quem sabe isso seja uma forma de evitar um mal pior”, diz. Ela orienta que, durante essas conversas, os pais expliquem às crianças que não é qualquer pessoa que pode tocar nelas, que não devem conversar com estranhos nem mesmo pela internet.
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A presidente do Instituto Infância Protegida lembra que hoje já existem aplicativos para computadores e dispositivos móveis que podem rastrear tudo que a criança vê e com quem ela conversa: “Os pedófilos muitas vezes se escondem atrás da tela de um computador, de um celular, de um tablet achando que internet é terra de ninguém. Então, a prevenção é muito importante”.
Cartilha
A Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do governo federal atualizou a cartilha com informações sobre abuso sexual. Nela constam informações como os conceitos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, mitos e verdades sobre esses crimes, métodos do agressor e perfil das vítimas. “O conhecimento sobre a rede de proteção dos menores de idade também é muito importante para estabelecer o vínculo entre o Estado e a sociedade para o enfrentamento dos casos.”, diz o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha.
A iniciativa é uma das ações do Maio Laranja, criado exatamente para incentivar a realização de atividades que possam conscientizar, prevenir, orientar e combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes durante todo o mês de maio. Como parte das ações programadas, ontem (17) o governo lançou o Programa Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes.
Tanto o Instituto Infância Protegida quanto a ONG Plan International estão com uma série de lives com profissionais para esclarecer os principais temas referentes ao abuso infantil.
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