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Investigações

PF cumpre sete mandados de busca e apreensão em caso de trabalho escravo em vinícolas

Os relatos indicam que as vítimas resgatadas estavam sem receber salários, contraíam dívidas e tinham a liberdade restringida

• Atualizado

Agência Brasil

Por Agência Brasil

Até o fechamento desta reportagem, foram identificadas seis pessoas envolvidas, que são alvos das medidas judiciais | Divulgação/Polícia Federal/via Agência Brasil
Até o fechamento desta reportagem, foram identificadas seis pessoas envolvidas, que são alvos das medidas judiciais | Divulgação/Polícia Federal/via Agência Brasil

Em nova operação para aprofundar as investigações e coletar elementos de prova sobre a investigação que resgatou 207 vítimas submetidas à condição análoga a de escravo na Serra Gaúcha, a Polícia Federal está nas ruas, na manhã desta sexta-feira (17), com a Operação Descaro. 

Na ação desta sexta-feira, os policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão: seis deles nas cidades de Bento Gonçalves e um em Garibaldi. Até o fechamento desta reportagem, foram identificadas seis pessoas envolvidas, que são alvos das medidas judiciais executadas nesta manhã e, possivelmente, integrem uma organização criminosa voltada à prática do crime de submissão ao trabalho escravo. 

Histórico

As investigações revelaram que os trabalhadores eram recrutados em outros estados, principalmente na Bahia, por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo. Os relatos indicam que as vítimas resgatadas estavam sem receber salários, contraíam dívidas com juros abusivos e tinham a sua liberdade de locomoção restringida, além de sofrerem agressões físicas.

Entenda o caso

Em 22 de fevereiro, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 trabalhadores que enfrentavam condições de trabalho degradantes em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

O resgate ocorreu depois que três trabalhadores que fugiram do local contactaram a PRF, em Caxias do Sul (RS), e fizeram a denúncia.

Atraídos pela promessa de salário de R$ 3 mil, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas e oferta de alimentos estragados.

Eles relataram ainda que, desde que chegaram, no início do mês, eram coagidos a permanecer no alojamento, sob pena de pagar multa por quebra do contrato de trabalho. A PF prendeu um empresário baiano responsável pela empresa, que foi encaminhado para o presídio de Bento Gonçalves.

Em notas, as vinícolas envolvidas disseram que desconheciam as irregularidades praticadas contra os trabalhadores recrutados pela empresa prestadora de serviços terceirizados. Agência Brasil tenta contato com a Fênix Serviços Administrativos para comentar a decisão.

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