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JULGAMENTO EM BLUMENAU

“Pai, mãe, não chorem, eu tô vivo”, mãe de sobrevivente depõe em julgamento do ataque a creche em Blumenau

Nesta quinta-feira (29) ocorre o julgamento do acusado pela morte de quatro crianças na creche Bom Pastor

• Atualizado

Mariana Pedrozo

Por Mariana Pedrozo

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Olga Helena/ SCC10
Foto: Olga Helena/ SCC10

Nesta quinta-feira (29), iniciou o julgamento do acusado pelas mortes de quatro crianças na creche Bom Pastor, em Blumenau. No ataque a creche, outras cinco crianças ficaram feridas. O júri iniciou às 8h da manhã e, até o momento, o delegado responsável pelo caso e um policial já foram ouvidos.

Neste momento, a mãe de uma das crianças que ficou ferida está depondo. Ela conta que o filho toda vez que vê sangue, associa a morte. O menino, que tinha 3 anos na época do ataque, viu um dos colegas ser assassinado pelo réu.

“Meu filho sofreu lesões na cabeça devido ao pisão que o réu deu nele. Ele me contou que achou que fosse uma brincadeira, mas não era. Ele disse que se escondeu atrás da árvore. Ele viu o amigo morrer”, contou.

A mãe relata também que soube do crime após a professora ligar e contar que seu filho havia batido a cabeça com a correria. “Ele tá bem, mas será levado no hospital. Fomos correndo até a creche, passei o nome do meu filho para o policial, mas uma professora trouxe ele no colo. Ele me dizia: pai, mãe, não chorem, eu tô vivo”.

Ela explica também que o filho segue sendo aluno da creche, mesmo após o ocorrido.

“No começo ele tinha muito medo, não queria voltar mais para a escola. Ele fez acompanhamento com psicólogo. Tivemos que mostrar para ele que o muro foi erguido, que havia segurança no local. Mesmo assim ele falava: e se ele colocar uma escada, vai conseguir subir?. Os primeiros dias de volta à escola foram difíceis, mas com o tempo ele foi se soltando”.

Hoje, pouco mais de um ano após o ataque a creche, a mãe conta que o filho é muito apegado as professoras.

“Quando eu levo ele de manhã no colo dormindo, eu tenho a sensação que tem sempre alguém me seguindo. Que alguém vai atacar o meu filho”.

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“A gente sabe que independente da pena, nossos filhos não vão voltar”, diz mãe de vítima do ataque a creche em Blumenau

Pouco mais de um ano após o ataque a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, nesta quinta-feira (29) ocorre o julgamento do acusado das mortes. O ataque aconteceu em abril de 2023 e vitimou quatro crianças, deixando outras cinco feridas.

Nesta manhã, os familiares das crianças chegaram ao fórum da cidade para acompanhar o julgamento do acusado. Ao Portal SCC10, Jennifer Pabst, mãe do Bernardo, de 4 anos, uma das vítimas do ataque, disse que hoje ocorre o “fechamento de um ciclo”.

“Hoje é um dia muito importante, o fechamento de um ciclo, de todo esse processo que a gente vem passando. Na realidade, o que a gente espera é que sim a justiça seja feita, é o mínimo que se pode esperar, diante desse massacre, dessa crueldade, afinal a gente sabe que independente da pena que venha ser aplicada, nossos filhos não vão voltar. Nada pagará tudo que foi interrompido por nós, tudo que foi impedido da gente viver com os nossos filhos”, desabafou.

Jennifer é uma das idealizadoras do projeto Vamos Salvar o Dia, que foi criado 15 dias após o ataque, e busca que esse tipo de crime seja considerado hediondo. Conforme Jennifer, o projeto está hoje em votação, já passou por aprovação do Congresso e, agora, segue para o Senado.

“Nosso projeto traz a palestra “Não terceirize o amor”, que ele busca despertar pais, educadores e sociedade para a importância do amor sobre seus filhos, de ser presente na vida deles, e de toda segurança e cuidado que cabe a nós pais. O projeto também tem o grupo de atendimento a elutados, que busca dar todo suporte terapêutico e psicológico para pais que têm dificuldade de sobreviver ao luto”.

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