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Operação ‘Carga Oca’ cumpre 16 mandados de busca em investigação sobre fraude milionária em Blumenau

Ordens judiciais foram executadas em residências de investigados, na estrutura da antiga SEURB e em sedes de empresas envolvidas

• Atualizado

Ricardo Souza

Por Ricardo Souza

Operação ‘Carga Oca’ cumpre 16 mandados de busca em investigação sobre fraude milionária em Blumenau | Imagem: Gaeco/SC
Operação ‘Carga Oca’ cumpre 16 mandados de busca em investigação sobre fraude milionária em Blumenau | Imagem: Gaeco/SC

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), deflagrou na manhã desta quarta-feira (26) a Operação “Carga Oca”, em apoio à 14ª Promotoria de Justiça da Comarca de Blumenau. A ação resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão autorizados pela Vara Estadual de Organizações Criminosas e na apreensão de US$ 50 mil e R$ 80 mil em espécie.

As ordens judiciais foram executadas em residências de investigados, na estrutura da antiga Secretaria Municipal de Conservação e Manutenção Urbana (SEURB) e em sedes de empresas envolvidas, situadas em Blumenau, Gaspar, Brusque e Pomerode. A operação ocorre no âmbito de um procedimento investigatório criminal que apura um suposto esquema de fraudes no fornecimento de macadame, material utilizado principalmente na construção de pavimentos rodoviários.

Fraudes entre 2022 e 2024

Segundo o MPSC, auditorias externas e diligências conduzidas ao longo da investigação apontam a existência de associação ilícita entre empresários e servidores públicos da SEURB no período de 2022 a 2024. O objetivo seria manipular processos de contratação e fornecimento do material, simulando entregas que nunca ocorreram e adulterando documentos para justificar pagamentos indevidos.

A apuração identificou casos de caminhões registrados como transportadores de macadame que, na prática, trafegavam vazios ou sequer chegavam ao local previsto. Imagens de monitoramento urbano e registros logísticos reforçam a suspeita de que as cargas eram fictícias prática que dá nome à operação, “Carga Oca”.

Entre os investigados, estão um ex-gestor municipal da pasta, servidores públicos, empresários locais e funcionários das empresas contratadas. O Ministério Público também identificou sinais de ocultação patrimonial por meio de terceiros, além de movimentações financeiras incompatíveis, resultando em um prejuízo estimado de mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos.

Mandados, afastamentos e prisão

Além das buscas, a operação determinou a suspensão dos contratos firmados entre o município de Blumenau e as empresas investigadas, bem como o afastamento de dois servidores públicos de suas funções.

Durante o cumprimento das diligências, houve um episódio de resistência armada por parte de um dos alvos, que foi rapidamente contido pelos policiais do GAECO. O investigado acabou preso.

Próximos passos

Todo o material apreendido, documentos, mídias, equipamentos e valores será encaminhado à Polícia Científica de Santa Catarina, responsável por realizar as análises periciais e garantir a preservação da cadeia de custódia.

As informações obtidas subsidiarão novas diligências, que podem levar à identificação de outros integrantes do esquema e ao aprofundamento de possíveis crimes como organização criminosa, peculato, fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.

As investigações tramitam sob sigilo. O MPSC informou que novas atualizações poderão ser divulgadas conforme o avanço do processo e a liberação dos autos.

O QUE DIZ A PREFEITURA

NOTA

A Prefeitura de Blumenau informa que, conforme divulgado pelo Ministério Público, a operação em andamento apura possíveis fraudes ocorridas na Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana (Seurb) entre 2022 e 2024. Assim, os fatos investigados não dizem respeito à atual gestão, que iniciou seus trabalhos em 2025.

A administração municipal reforça que está totalmente à disposição das autoridades, colaborando com transparência e fornecendo todas as informações necessárias para o avanço das investigações. A atual gestão, inclusive, já disponibilizou à Polícia Civil relatórios internos produzidos neste ano.

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