MPSC pede aumento de pena da mulher que matou o marido e escondeu corpo no freezer
O Promotor de Justiça afirma que a mulher agiu de forma premeditada e com frieza incomum
• Atualizado

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recorreu da decisão e solicitou o aumento da pena da mulher responsável por matar o marido e esconder o corpo dele no freezer da própria casa, em Lacerdópolis, no Meio-Oeste catarinense. Crime ocorreu em novembro de 2022 e teve a condenação decretada no dia 29 de agosto de 2025.
A ré foi condenada a 20 anos e 24 dias de prisão por homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, mas o Promotor de Justiça considera a pena baixa e pede ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) a revisão da sentença para aumentar a punição.
O Promotor argumenta que a decisão do júri não considerou adequadamente a culpabilidade, personalidade, circunstâncias e consequências do crime. Segundo ele, ficou comprovado que a mulher agiu de forma premeditada e com frieza incomum, uma vez que manteve o corpo do marido oculto em um freezer por cinco dias enquanto simulava preocupação, participando das buscas e mobilizando familiares, vizinhos e autoridades. “Tal comportamento, sem dúvida, revela uma personalidade manipuladora, e isso deveria ter sido considerado na construção da sentença”, afirmou o Promotor.
Outro ponto questionado é a demora da confissão do crime, já que a mulher só admitiu depois que o corpo foi encontrado por amigos dentro do freezer. O MPSC também destaca que a crueldade e a simulação da ré deram ao caso grande repercussão nacional, o que intensificou o sofrimento da família da vítima e abalou o sentimento de segurança da comunidade local.
O recurso foi interposto em 18 de setembro e aguarda julgamento pelo TJSC. O Promotor pede que todos esses aspectos sejam reavaliados para que a pena da ré seja aumentada.
Relembre o caso
O crime aconteceu em 19 de novembro de 2022, em Lacerdópolis. O corpo do homem, dado como desaparecido por cinco dias, foi encontrado dentro do freezer da própria casa, embaixo de alimentos e bebidas, com os pés e as mãos amarrados. O caso chocou os pouco mais de 2,2 mil moradores do município, que não registrava um homicídio havia 30 anos.
Na época, a mulher gravou um vídeo nas redes sociais confessando o assassinato, alegando sofrer violência doméstica. No entanto, a investigação apontou o contrário: o casal vivia de forma harmoniosa, segundo familiares e mensagens trocadas entre eles.
O MPSC denunciou a mulher por homicídio qualificado, com recurso que dificultou a defesa da vítima e por asfixia, já que ela teria dopado o marido com medicamentos, amarrado suas mãos e pés e colocado uma sacola plástica em sua cabeça.
Ela foi julgada e condenada pelo Tribunal do Júri da Comarca de Capinzal em agosto, em uma sessão que durou dois dias. Embora a denúncia tenha sido acolhida integralmente pelos jurados, o MPSC entende que a pena não reflete a gravidade dos fatos e busca agora sua majoração.
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*Sob supervisão do editor Pedro Corrêa
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