MPSC apura falha em hospital de SC após 11 bebês serem imunizados com soro errado
Ministério Público apura falha em imunização de 11 bebês em Hospital de Canoinhas; profissionais teriam confundido frascos semelhantes
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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou uma investigação para apurar um erro grave ocorrido no Hospital Santa Cruz de Canoinhas, no Planalto Norte catarinense. No dia 11 de julho, 11 recém-nascidos receberam, por engano, soro antibotrópico utilizado para tratar picadas de cobras no lugar da vacina contra a hepatite B, obrigatória nas primeiras horas de vida.
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A Notícia de Fato n. 01.2025.00037963-0 foi aberta de ofício pela 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Canoinhas após a veiculação da ocorrência na imprensa. Segundo o promotor de Justiça Leonardo Lorenzzon, o objetivo é reunir elementos para decidir se o caso será convertido em inquérito civil ou se serão adotadas medidas judiciais cabíveis.
De acordo com o procedimento, os frascos das substâncias teriam aparência semelhante, o que pode ter causado a confusão entre os profissionais de saúde. Até o momento, nenhum dos bebês apresentou reações adversas ou complicações clínicas, segundo informações divulgadas por veículos de comunicação locais.
O MPSC solicitou, com prazo de 10 dias para resposta, esclarecimentos ao hospital, à Prefeitura de Canoinhas e à Gerência Regional de Saúde. Entre os pontos requisitados estão: a data e os detalhes do ocorrido, o modo de armazenamento dos medicamentos, a identificação dos profissionais envolvidos, medidas adotadas para evitar novas falhas, além de informações sobre o estado de saúde das crianças.
Para a Gerência Regional de Saúde, o Ministério Público questiona se o órgão foi comunicado sobre o caso e quais providências foram tomadas. Já em relação ao Município, a promotoria também quer saber se há convênio com o hospital e quais mecanismos de fiscalização estão em vigor.
Risco evitado por pouco
A vacina contra hepatite B é essencial para proteger os recém-nascidos contra infecções graves que afetam o fígado e deve ser aplicada até 12 horas após o nascimento. Já o soro antiofídico é uma medida emergencial voltada para vítimas de picadas de cobras venenosas, como jararaca e jararacuçu. Quando administrado sem necessidade, o soro pode provocar reações adversas importantes.
O caso gerou repercussão entre profissionais de saúde e pais da região. A expectativa é de que, com a apuração do MPSC, sejam estabelecidas responsabilidades e reforçados os protocolos de segurança na administração de medicamentos em ambientes hospitalares.
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