Motorista assedia mulher e pede para vítima “passar pano na história”

Uma jovem foi vítima de assédio durante uma corrida com um motorista em Osasco (SP). O assediador, em contato com a mulher, ainda pediu que ela “passasse pano”, para que a passageira acobertasse a história e não o denunciasse. 

A assistente administrativa Jaqueline Arcanjo combinou uma corrida particular com um motorista — identificado apenas como “Jerry” — que ela conheceu dias antes em uma viagem de transporte por aplicativo. Na volta do trabalho e ao chegar em casa, o homem teria trancado as portas e janelas do carro, cometendo o assédio. A primeira corrida, ainda pelo aplicativo, foi chamada na última sexta-feira (10), quando a jovem voltava da casa do namorado, que estava doente. 

Segundo Jaqueline, a primeira viagem “foi tranquila”. O motorista pediu o contato e indicações para serviços futuros. Depois, o homem enviou mais mensagens, caso ela não conseguisse solicitar pelo aplicativo. 

Na terça-feira (14), por conta da greve de ônibus na capital paulista, a jovem mandou mensagem para o motorista, solicitando a corrida particular para que ela pudesse voltar para casa. Ao chegar, o homem travou as portas do veículo e perguntou a ela se a jovem “não queria parar em um lugar para trocar uma ideia com ele”. A mulher negou, afirmando ser comprometida, insistindo na negativa. 

“Amiga, isso não é motivo para tanta coisa, né”, disse assediador 

O assediador, nesse momento, falou que ela “era uma tentação” e passou a mão no cabelo da vítima. Depois, uma nova violência: agarrou a jovem, tocando nos peitos dela. A mulher gritou e viu uma outra pessoa passando na rua, olhando para o carro, provavelmente suspeitando da cena de assédio. 

O motorista, após o abuso, tentou subornar a jovem. Segundo Jaqueline, ele quis fazer uma transferência de dinheiro via pix, além de pedir para “passar pano” na história e que em uma próxima viagem não cometeria mais o crime. “Amiga, acho que isso não é motivo para tanta coisa, né. Desculpa aí, se eu fiz alguma coisa e tal. Pô, mas, a gente tem uma amizade, entendeu? Vamos botar um ‘pano quente’ em cima disso aí, e vamos continuar nossa amizade, pô. Isso não vai acontecer de novo, entendeu”, disse o homem. 

Em outra ocasião após o assédio, o motorista telefonou à jovem em tom de deboche, pedindo para “fazer de conta que nada aconteceu” e “continuar a amizade”. “Ah, amiga, mas de vez em quando eu vou te dar um ‘bom dia’. A não ser que você me bloqueie”, afirmou, rindo. 

A auxiliar e o namorado da vítima registraram um boletim de ocorrência. “Com essas situações têm que tomar atitude. Ele numa segunda viagem comigo ele tomou essa atitude, imagina se ele já não fez isso com outras pessoas”, considerou Jaqueline. 

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