Mortes de motociclistas batem recorde no Brasil
Esse aumento acompanha o crescimento da frota de motocicleta no país
• Atualizado
O número de mortes envolvendo motociclistas no Brasil bateu recorde, segundo dados recentes do DataSUS. Em um ano, 13.500 pessoas perderam a vida em acidentes com motos.
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Esse aumento acompanha o crescimento da frota de motocicletas. Só nos primeiros seis meses de 2025, foram emplacadas 1.029.546 novas motos, um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
O impacto já é visível nas ruas e nos hospitais. Em São Paulo, por exemplo, a quantidade de mortes de motociclistas subiu 20% no último ano, e 70% das vítimas de trânsito atendidas em unidades de saúde estavam em duas rodas. A cada dois minutos, uma pessoa ferida no trânsito dá entrada no hospital.
“Se você fizer a conta de 3% de 11,7 trilhões, que é o PIB brasileiro hoje, você vai de 3% a 5%. Você tem de 350 a 600 bilhões que você gastaria a cada ano com sinistros de trânsito. É interessante que a gente não consiga convencer com esses dados as autoridades de trânsito sobre a necessidade de investir na redução dessa questão, principalmente quando vemos as manchetes dominadas pela questão do déficit fiscal”, explicou José Heverardo da Costa Montau, diretor da Associação Médica do Tráfego.
Casos como o do motoboy de 22 anos que morreu há duas semanas após colidir com um caminhão na Grande São Paulo tornaram-se frequentes. “Ele sabia que era perigoso, todo mundo dava conselho pra ele e tal, mas ele achava que era mais melhor pra ele”, contou o irmão, Mateus Quaresma.
Para especialistas, além de medidas de segurança e fiscalização, é urgente resgatar a responsabilidade no trânsito.
“O uso da moto, como de qualquer outro veículo, inclusive a pé ou de bicicleta, é um exercício de cidadania. Pra você ser um usuário da via, tem que respeitar as regras, as leis e os outros que dividem os mesmos espaços. A gente tem que voltar a discutir o valor da vida, que está meio perdido nesse contexto”, alertou Maria da Penha Pereira Nobre, diretora do Departamento de Desenvolvimento Urbano Regional do IESP.
Diante do cenário, a cidade de São Paulo decidiu proibir o serviço de mototáxi. A atividade foi vetada por decreto da prefeitura, com respaldo de decisão judicial, em razão dos riscos elevados e do impacto à saúde pública.
*As informações são do SBT News.
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