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Meses hospitalizada

Médico é preso por suspeita de manter paciente em cárcere privado por meses

Mulher teria sido impedida de se transferir para outro hospital

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Freepik/ Banco de imagens/Reprodução
Foto: Freepik/ Banco de imagens/Reprodução

Um médico foi preso nesta segunda-feira (18), em Duque da Caxias, na Baixada Fluminense, suspeito de manter uma paciente em cárcere privado durante meses. A polícia suspeita que ele tentava encobrir erros cometidos durante um procedimento estético.

Bolívar Guerrero Silva foi levado para a delegacia, onde prestou depoimento e permaneceu preso. Três funcionárias dele foram ouvidas e liberadas. Os celulares da equipe e o prontuário da vítima foram apreendidos.

O médico, que é equatoriano, será indiciado por associação criminosa e cárcere privado por impedir a transferência de uma paciente de 35 anos. Ela está internada desde março na unidade, em Duque de Caxias, que tem Bolívar como dono. Ela já teria sido submetida a pelo menos três cirurgias para corrigir procedimentos estéticos mal-sucedidos no abdômen e nos seios. 

Na última quinta-feira (14), o hospital já havia sido notificado sobre uma liminar judicial determinando a transferência da paciente, mas não cumpriu a decisão. A polícia suspeita que a unidade estava impedindo a saída dela para tentar ocultar possíveis erros médicos.

“A gente entendeu que a situação da vítima e a negativa da transferência dela traduziria ali, realmente, uma impossibilidade da vítima de ser atendida em outra unidade, que ela queria, e a gente entendeu que, naquele momento, ela estaria em risco”, afirma a delegada Fernanda Fernandes.

Em uma rede social, a equipe do médico negou que a paciente estivesse em cárcere privado, e alegou que ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento.

A pedido da polícia, a Justiça determinou a suspensão do registro de Bolívar no Conselho Regional de Medicina, que informou ter aberto uma sindicância para investigar o caso.

Bolívar já tinha sido preso em 2010, por utilizar produtos estéticos ilegais. Ele responde a 19 processos na Justiça, a maioria por erro médico.

Após a prisão desta segunda, quatro mulheres procuraram a polícia para denunciar supostos erros médicos cometidos por Bolívar nos últimos oito anos.

O Hospital Santa Branca disse que as acusações de cárcere privado são infundadas e negou que o médico seja um dos sócios da unidade. Informou ainda que a paciente foi internada em 1º de junho e que todos os custos foram pagos pelo cirurgião.

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