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Justiça

Justiça mantém prisão preventiva de Cupertino

Principal suspeito de assassinar ator Rafael Miguel poderá ser encaminhado para ao CDP de Guarulhos

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Paulo Cupertino. Foto: Divulgação/Polícia | Rafael Miguel. Foto: Reprodução | Redes Sociais
Paulo Cupertino. Foto: Divulgação/Polícia | Rafael Miguel. Foto: Reprodução | Redes Sociais

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a prisão preventiva de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e a família dele em 2019, em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (17).

Segundo a Corte, “o juízo não verificou ilegalidade no cumprimento do mandado de prisão preventiva”. Cupertino foi detido na segunda-feira (17), durante a Operação Sufoco, da Polícia Civil, após ficar quase três anos foragido. Ele foi localizado em um hotel na região de Interlagos, zona sul de São Paulo. Na delegacia, negou que tenha praticado os assassinatos e falou que nunca fugiu.

Para a delegada Ivalda Aleixo, ele pediu para ser enviado ao presídio de Tremembé (SP), local conhecido por abrigar presos de crimes de impacto, mas, segundo a agente, poderá ser encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos. O criminoso chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, para participar da audiência de custódia, acompanhado por policiais da divisão de capturas da Polícia Civil e não respondeu a nenhum questionamento dos repórteres, saindo em silêncio.

“Sensação de alívio”, fala namorada de Rafael Miguel sobre prisão do pai

Alívio. Esse foi o sentimento que predominou na jovem Isabela Tibcherani, de 21 anos, quando confirmou que o pai, Paulo Cupertino, foi preso. Entretanto, ela não considera o episódio como o fechamento de um ciclo, porque ainda não sente ter realmente seguido com a vida após a morte do namorado, o ator Rafael Miguel, e dos pais dele, em 9 de junho de 2019.

As declarações foram dadas em entrevista ao SBT. “É aliviante pensar que finalmente ele foi pego e vai, espero em Deus, pagar pelo que fez. Mas é uma mistura de sentimentos de medo, de angústia, não pela prisão, mas por toda a repercussão que isso gera e é muito cansativo, muito maçante viver tudo isso”, pontuou.

Ainda de acordo com a jovem, o senso de justiça não se dá apenas pela prisão de Cupertino, mas de ela própria conseguir “se reerguer de fato, porque não adianta conseguir a justiça e permanecer infeliz”. Quando soube que o pai havia sido preso, ficou surpresa, e a primeira reação que teve “foi perguntar se era de verdade, porque da última vez não era, e foi muito difícil”. Segundo ela, o alívio, com a confirmação na sequência, veio porque criou durante os quase três anos passados desde o crime “uma necessidade de um fechamento, de uma resolução”.

Isabela diz que nunca entenderá os pensamentos do pai. “Porque a gente entende como sentimento de pai para filho um sentimento de amor, de cuidado, de zelo, de proteção. Que é tudo que ele não fez. Então, para mim, não tem sentido nenhum. Não tem sentimento de nada. Não tem conexão em nada. É só uma necessidade extrema de desvincular tudo e ele pagar pelo que fez”, pontuou.

A dor da saudade de Rafael Miguel, em suas palavras, “é constante”. Porém, fala ainda ter se acostumado com o sentimento. “Não dá para viver a vida se alimentando disso. Porque querendo ou não o tempo passou, eu cresci, as responsabilidades vieram. Eu preciso tocar a minha vida, então não dá para viver me embasando nisso, mas o sentimento não muda. A diferença é que hoje eu lido com ele de uma maneira mais minha, mas não muda”.

Para ela, o pai começou a pagar pelos assassinatos no dia do ocorrido, porque começou a viver escondido da polícia. Ela afirma não ter vontade de dizer qualquer coisa para Cupertino. “Se tiver que encontrá-lo, por motivos judiciais, estou disponível, mas não tenho o que dizer. Na verdade, eu gostaria de saber o que ele falaria para mim. Eu, para ele, não tenho nada”, declarou.

A jovem espera que prender o pai não tenha sido apenas uma “uma questão de orgulho”, mas realmente “a necessidade e a oportunidade de justiça”. “E espero também para a minha parte, para a parte das pessoas que são vítimas dessa situação, que a gente consiga ter aí um prosseguimento mais tranquilo, que a gente consiga de verdade a tranquilidade que a gente tanto espera, porque é cansativo”, completou. Isabela quer cursar psicologia e não fala com a família de Rafael Miguel. Isso porque, segundo ela, sabe não ser bom para eles.

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