Julgamento de Flordelis deve durar três dias, diz juíza
Pastora é acusada de ser mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo
• Atualizado
Deve durar cerca de três dias o julgamento da ex-deputada e pastora Flordelis, apontada como mandante do assassinato do marido, o também pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. A previsão é da juíza Nearis Arce, que preside os trabalhos no Tribunal do Júri de Niterói, no Rio de Janeiro.
Além de Flordelis, estão sendo julgados sua filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, a neta Rayane dos Santos Oliveira e os filhos adotivos, André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva. Todos eles são acusados de envolvimento na morte de Anderson, executado a tiros na residência da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói, em 16 de junho de 2019.
Os depoimentos das testemunhas foram retomados na manhã desta terça-feira (08) e o primeiro a ser ouvido foi Tiago Vaz de Souza, policial civil que participou da investigação do caso.
A primeira testemunha ouvida na segunda-feira (07), em um primeiro dia de julgamento marcado por atrasos e discussões, foi a delegada Bárbara Lomba, que na época do crime era a titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. O depoimento durou mais de cinco horas e, de acordo com Lomba, não há dúvidas de que Flordelis foi a mentora do assassinato.
O delegado Allan Duarte Lacerda, responsável pela conclusão do inquérito, foi ouvido logo em seguida e destacou as contradições nas versões dos depoimentos da ex-deputada durante a fase de inquérito. Para ele, “é impossível dizer que esse crime aconteceu sem a participação dela”.
Ainda no primeiro dia de júri, a empresária Regiane Ramos Cupti Rabelo foi ouvida. Houve um princípio de tumulto e uma discussão, com os advogados de Flordelis apresentando um requerimento para impedir o depoimento de Regiane, mas o pedido foi indeferido pela juíza. A empresária, que é ex-patroa de Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo da pastora, afirmou que existia um plano para incriminar o rapaz, que já foi julgado em novembro de 2021.
Ao todo, serão ouvidos — além dos réus — 12 testemunhas de acusação, uma testemunha assistente de acusação e 23 testemunhas de defesa.
Acusações
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e responde por homicídio triplamente qualificado — quando o motivo é torpe, há a utilização de meio cruel e de recurso que impossibilita a defesa da vítima — tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já os filhos, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva respondem por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. A neta, Rayane dos Santos Oliveira, responde por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
As acusações de tentativa de homicídio se dão porque, segundo o Ministério Público, houve tentativas anteriores de matar Anderson, com o envenenamento de comidas e bebidas dadas a ele.
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