Itamaraty cobra explicação sobre uso de algemas em deportados dos EUA

O Ministério das Relações Exteriores denunciou neste domingo (26) o “tratamento degradante” dado a brasileiros deportados pelos Estados Unidos da América (EUA), que foram algemados nas mãos e nos pés durante um voo de repatriação. A pasta informou que cobrará explicações do governo norte-americano sobre o ocorrido.

Segundo comunicado do Itamaraty, o uso de algemas e correntes contraria os termos acordados entre os dois países, que preveem “tratamento digno, respeitoso e humano” aos deportados.

A pasta também destacou que o Brasil não autorizou a continuação do voo até Belo Horizonte (MG) devido às condições inadequadas da aeronave, como falha no ar-condicionado, obrigando uma parada em Manaus (AM).

“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, diz a nota.

O ministério ressaltou que os voos de repatriação, iniciados em 2018, visam reduzir o tempo de permanência dos brasileiros em centros de detenção nos EUA, onde já não há possibilidade de recurso para imigração irregular.

O Itamaraty reforçou que seguirá acompanhando as políticas migratórias americanas para garantir a dignidade e segurança dos cidadãos brasileiros que vivem nos Estados Unidos. Além disso, afirmou que está atento a qualquer mudança que possa afetar os direitos desses imigrantes.

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Deportados dos EUA chegam ao Brasil algemados e com pés acorrentados

O primeiro voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos no governo Trump chegou na noite de sábado (25) ao Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte. Ao todo, 88 brasileiros em situação imigratória irregular estavam a bordo do avião, que havia partido de Manaus, após um voo anterior ser cancelado devido a problemas técnicos.

O que chamou atenção foi o fato de os deportados terem chegado algemados e com os pés acorrentados, sendo retirados do avião sob vigilância da Polícia Federal.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, criticou fortemente o tratamento, qualificando-o como “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais”.

Lewandowski orientou que as algemas fossem retiradas pela Polícia Federal, destacando a importância da dignidade humana como princípio fundamental da Constituição Brasileira. A Força Aérea Brasileira (FAB) completou o trajeto da viagem, assumindo a custódia e a segurança dos deportados após a chegada a Confins.

A Embaixada dos Estados Unidos afirmou estar em contato com as autoridades brasileiras, mas não se manifestou sobre o ocorrido.

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