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Golpe milionário contra aposentados: 14 pessoas são denunciadas por esquema criminoso

O golpe iniciava quando supostos advogados abordavam idosos oferecendo serviços de revisão de contratos bancários

• Atualizado

Nycoli Ludwig

Por Nycoli Ludwig

Golpe milionário contra aposentados: 14 pessoas são denunciadas por esquema criminoso | Foto: MPSC/Reprodução
Golpe milionário contra aposentados: 14 pessoas são denunciadas por esquema criminoso | Foto: MPSC/Reprodução

A Operação Entre Lobo, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), denunciou 14 pessoas por integrar uma organização criminosa que aplicava golpes em idosos e aposentados em vários estados do país. A quadrilha, desarticulada no dia 22 de julho, é acusada de 215 crimes de estelionato, operando em Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas, causando um prejuízo superior a R$ 6 milhões.

Além dos estelionatos, o grupo também foi acusado de crimes de patrocínio infiel, cometido por quatro advogados vinculados ao esquema. Segundo a denúncia, a quadrilha operava enganando vítimas com promessas de ações judiciais e utilizando empresas de fachada para desviar os valores obtidos na Justiça.

A investigação foi coordenada pela Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO). Durante a operação, foram cumpridos 13 mandados de prisão, sendo oito preventivas e cinco temporárias, e 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios dos cinco estados. Foram apreendidos R$ 156 mil em dinheiro, além de 6,7 mil em dólares e euros, nove veículos, duas armas e 60 munições.

Golpe aposentados pessoas denunciadas
Imagem: MPSC/Reprodução

Modo de operação

Conforme a denúncia, o grupo atuava de forma altamente organizada, com cinco núcleos distintos: liderança, operacional, jurídico, empresarial e coleta. A estrutura permitia blindagem das operações e dificultava as investigações.

O golpe começava com a abordagem dos idosos por supostos advogados, que ofereciam serviços de revisão de contratos bancários. Em seguida, convenciam as vítimas a assinar cessões de crédito fraudulentas com empresas do próprio grupo, pagando valores mínimos em troca de créditos judiciais valiosos.

Os valores que deveriam ir para os aposentados eram transferidos diretamente para o escritório de advocacia ligado ao líder do esquema. A maior parte do dinheiro era então dividida entre os integrantes da quadrilha, enquanto os idosos recebiam menos de 10% do valor real. Em um dos casos citados, uma vítima tinha direito a R$ 146 mil, mas recebeu apenas R$ 2.500, menos de 2% do valor de direito.

As empresas Ativa Precatórios e BrasilMais Precatórios foram utilizadas como fachadas para formalizar os contratos e mascarar a origem do dinheiro. A atuação da quadrilha também incluía o uso de um site falso, o Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP), para atrair novas vítimas pela internet. Os golpistas recebiam documentos e informações por meio da plataforma, dando aparência de legalidade às ações.

Até o momento, 215 vítimas foram identificadas, com idade média de 69 anos, mas o número pode ser ainda maior. O MPSC já aponta outras 274 pessoas como possíveis vítimas. O Promotor de Justiça Edisson de Melo Menezes, responsável pela investigação, reforça a importância de que todos os lesados se manifestem:

“É fundamental que todas as vítimas se manifestem para que uma investigação possa dimensionar o alcance dos crimes, identificar os lesados e garantir a devida reposição dos danos, a responsabilização criminal dos investigados e a identificação de outras pessoas que porventura integraram a organização criminosa”.

Como denunciar:

Pessoas que se identifiquem como vítimas do esquema devem procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. Também é possível entrar em contato com:

  • Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo (WhatsApp): (49) 99200-7462
  • Ouvidoria do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC):

As investigações continuam para identificar outras vítimas e aprofundar a responsabilização dos envolvidos.

Sob supervisão de Rubens Felipe.

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