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Asilo

Fome, sarna e sem remédios: asilo é investigado por mortes com maus-tratos

Pelo menos quatro idosos teriam morrido por causa de tortura, falta de higiene e alimentação inadequada

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro já começou a ouvir depoimentos de funcionários da casa de repouso Laço de Ouro, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O local foi interditado nesta segunda-feira (8) por maus-tratos a idosos. Além de fome e sarna, segundo as investigações, os idosos também sofriam com a falta de medicamentos. O abrigo estava em situação irregular há 7 anos. O alvará de funcionamento da está suspenso desde o ano passado.

Na porta da casa de repouso, duas interdições: uma da Polícia Civil e outra da vigilância sanitária do município. O desfecho só foi possível graças a um grupo de estagiários, que procurou a delegacia de Campo Grande na noite do último domingo (7) para denunciar as irregularidades flagradas durante o trabalho. Idosos muito magros, com sinais de desnutrição. Outros com sarna e até com feridas na cabeça. No ambiente, insalubre, eram vistos até lençol com restos de fezes e urina.

A casa de repouso já tinha sido multada três vezes pela Vigilância Sanitária do município e foi interditada parcialmente duas vezes nos últimos cinco anos. A última autuação foi em maio. A Laço de Ouro também estava com o alvará de funcionamento atrasado desde 2015, e no ano passado a licença não foi renovada pela prefeitura.

Após a denúncia de enfermeiros estagiários, agentes da prefeitura fizeram uma inspeção no local para avaliar o estado de saúde dos idosos. Dentro da instituição, paredes sujas e muito lixo acumulado. Uma cadeira usada para dar banho nos idosos estava quebrada e amarrada apenas com um pedaço de pano. Na cozinha, os agentes encontraram uma panela com restos de comida que seria servida como jantar.

Uma funcionária do asilo denunciou que os idosos nem chegaram a tomar a vacina contra a covid-19. “Muitas coisas que eu vi ali, pra mim foi uma tristeza muito grande. Denunciei uma vez só. Levei até esse assunto para a clínica da família, que tem idosos que não tomou a covid. Não tomou a vacina da gripe”, diz a mulher que não se identificou.

Durante a vistoria na noite deste domingo (7), duas pessoas foram presas em flagrante: Manoel Alves Paulino, funcionário, e a dona da clínica, Vanessa da Silva Ferro de Souza, que já havia sido denunciada pelo Ministério Público, em 2015 por maus tratos. A autuação foi pelos crimes de tortura, sequestro e cárcere privado, e maus-tratos contra idoso. Dos vinte e nove internos, vinte foram resgatados por parentes, três foram transferidos para unidades de saúde e outros seis acabaram encaminhados para abrigos da prefeitura do Rio.

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