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#marmitagate

EXCLUSIVO: Criadora do projeto ‘Alimentando Necessidades’, investigado por suposta fraude, presta depoimento

Polícia Civil investiga o caso desde o fim de setembro

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Giovanna Pacheco

Por Giovanna Pacheco

Foto: SCC SBT
Foto: SCC SBT

Na tarde desta terça-feira (04), a criadora do Projeto ‘Alimentando Necessidades’, investigado por possível fraude, esteve na Delegacia de Polícia Civil de Blumenau para prestar depoimento. Ao chegar na Central de Polícia acompanhada da mãe, Maria Eduarda Poleza, de 19 anos, afirmou ser inocente. O projeto é investigado por estelionato. Em depoimento, a jovem disse que recebeu R$ 30 mil no último mês em doações e apresentou comprovante de compras.

“Eu vou entrar agora ali [na delegacia]. Eu vou conversar com ele [delegado]. A gente veio espontaneamente”, disse Maria Eduarda na entrada da delegacia, ao ser questionada pelo repórter Paulo César, do SCC SBT.

“Estamos indo entregar a prestação de contas agora”, afirmou a mãe. Ao ser perguntada sobre a coordenadora do projeto, Taynara Motta, ter utilizado uma foto falsa, a mãe de Maria Eduarda disse ser necessário perguntar para Motta.

Confira:

R$ 30 mil em doações

Maria Eduarda disse em depoimento à Polícia Civil, nesta terça-feira (4), que nos últimos trinta dias arrecadou R$ 30 mil, conforme informações do delegado Felipe Orsi, em entrevista ao repórter Paulo César do SCC SBT.

A jovem e a mãe apresentaram comprovantes e notas que seriam de compras de alimentos utilizados na produção de marmitas dadas aos moradores de rua. O delegado destacou que toda a documentação apresentada será checada pela investigação. Também em depoimento, as mulheres afirmaram que entregam 20 marmitas por dia.

O delegado Felipe Orsi frisou que “é importante também verificar se realmente esse valores estão sendo revertidos aos fins que foram divulgados nas redes sociais”. As depoentes também alegaram que usam o recurso para compra e distribuição de absorventes e insumos para crianças.

Mãe e filha foram liberadas pelo delegado após o longo depoimento. Agora, a investigação vai ouvir as possíveis vítimas que se sentiram prejudicadas pelo projeto.

Confira a entrevista com o delegado

Vídeo: Paulo César / SCC SBT

Investigação:

A Polícia Civil instaurou um inquérito no final de setembro após o projeto de doação de marmitas a pessoas em vulnerabilidade social ganhar destaque nas redes sociais por suspeita de fraude. Com a hashtag #marmitagate, internautas apontaram que a fundadora do projeto publicava assuntos polêmicos na rede social e logo depois, com a repercussão, aproveitava para divulgar a iniciativa.

Segundo o delegado Felipe Orsi, responsável pela investigação, devido à repercussão, o caso é prioridade e a delegacia deve pedir apoio a outras delegacias como a DIC (Divisão de Investigação Criminal). Ele também afirma que as investigações abrangem o âmbito de segurança cibernética, que é uma das principais preocupações, pela dificuldade de investigar crimes cometidos na internet.

“Passamos a realizar busca ativa para identificar mais vítimas e verificar a dimensão desse suposto golpe. Um dos indícios de que esse fato é criminoso é que uma das pessoas que arrecadava os valores é supostamente um perfil falso”, afirma Felipe Orsi.

Orsi também afirma que identificou pessoas envolvidas no projeto, que de fato existem, e serão ouvidas pela Polícia. A princípio essas pessoas teriam cometido o crime de estelionato a partir de criação de notícias falsas e fraudes. No dia 27 de setembro, uma possível vítima registrou o primeiro Boletim de Ocorrência. A pessoa doou R$ 130 ao projeto.

Entenda o caso da suposta fraude de doação de marmitas

O projeto de doação de marmitas chamado ‘Alimentando Necessidades’ viralizou na internet após uma das coordenadoras fazer a denúncia de assédio por parte de um doador, que daria R$ 50 em troca de fotos da jovem nua. A grande repercussão, no entanto, veio dias depois, quando internautas perceberam que a fundadora do projeto publicava assuntos polêmicos e logo depois, com a repercussão, aproveitava para divulgar a iniciativa.

Maria Eduarda Poleza faz publicações na internet sobre a organização junto com a coordenadora, Taynara Motta. Anteriormente, em 2021, elas também coordenavam o grupo ‘Absorvendo Necessidades’, de doação de higiene pessoal para mulheres em situação de pobreza menstrual.

Além do caso de assédio, as jovens fizeram posts virais sobre a ajuda a moradores de rua para vender balas no semáforo e conseguirem dinheiro para alimentação; o relato de uma possível doadora que queria dar carne vencida por ter o “estômago frágil” e a reclamação de doadores por elas terem comprado panelas com o dinheiro do projeto para poderem cozinhar mais.

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