Segurança Compartilhar
OPERAÇÃO PRESSÁGIO

Ex-secretário de Florianópolis recebeu R$ 500 mil de empresários, diz Polícia

O ex-secretário da capital teria recebido o valor por intermédio dos empresários por trás da Amazon Fort

• Atualizado

Rubens Felipe

Por Rubens Felipe

Ex-secretário de Florianópolis recebeu R$ 500 mil de empresários, diz Polícia | Foto: Redes sociais/Reprodução
Ex-secretário de Florianópolis recebeu R$ 500 mil de empresários, diz Polícia | Foto: Redes sociais/Reprodução

O relatório final da Operação Presságio, que desvendou um esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos fraudulentos em Florianópolis, mostrou que o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esportes da capital, Ed Pereira, recebeu cerca de R$ 500 mil durante a passagem da empresa Amazon Fort pela Prefeitura de Florianópolis.

De acordo com o relatório, a empresa Amazon Fort foi contratada, por meio de dispensa de licitação, para suprir a demanda deixada pela Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap) durante uma greve realizada em 20 de janeiro de 2021. Porém, o contrato foi assinado no dia 19 de janeiro do mesmo ano, um dia antes da decretação oficial da paralisação. A mesma empresa teria feito uma publicação de vagas para Florianópolis no fim de dezembro de 2020.

Mesmo com a contratação em caráter emergencial, a greve dos servidores da Comcap terminou cerca de 15 dias depois, o que segundo o relatório já configuraria no término do contrato com a Amazon Fort — o que não ocorreu. O contrato entre a Prefeitura de Florianópolis e a empresa sediada em Porto Velho/RO e sem nenhum vínculo com Santa Catarina, durou 17 meses e custou aos cofres públicos, mais de R$ 29 milhões.

O relatório apontou ainda que Ed Pereira e um dos sócios da empresa contratada já possuíam uma relação há algum tempo, fato que o ex-secretário disse, em entrevista à imprensa local, não ser verdade. “Nos meus fins de semana, cabe a mim dialogar e curtir o ambiente. Se encontrei ele em algum momento, nunca falei da prefeitura. Não preciso disso”, disse Ed. O que foi desmentido no processo, no qual desde 2020 os dois mantinham contato “mencionando entrega de dinheiro”, segundo a Polícia Civil.

Empresários da Amazon Fort com Ed Pereira em 08/04/2021 | Foto: Polícia Civil/Reprodução

Ed Pereira teria recebido R$ 500 mil e pagou veículo à vista

Segundo o relatório, o ex-secretário da capital teria recebido cerca de R$ 500 mil por intermédio dos empresários por trás da Amazon Fort. Em 04/09/2020 ele recebeu R$ 130 mil e parte do valor, R$ 77.900,00, foi pago em espécie para a compra de um veículo destinado à esposa de Ed Pereira, em 24/09/2020, em uma revenda de carros de São José, na Grande Florianópolis.

A defesa de Ed Pereira se manifestou alegando que as acusações serão impugnadas judicialmente. “O relatório da Operação Presságio materializa um rosário de ilegalidades que serão impugnadas judicialmente, pois parte de premissas falsas e de interpretações equivocadas, que tripudiam sobre a justiça, repelem o raciocínio isento e desprezam o bom senso. Apenas para citar um exemplo, o referido carro, supostamente adquirido com pagamento à vista em dinheiro, teve como origem de recursos a venda de outro automóvel, realizada na mesma data e igualmente quitada em espécie.” afirma Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado de Ed Pereira.

A empresa Amazon Fort afirma que não há, até o momento, nenhuma acusação formal contra a empresa. “A Amazon Fort vem a público esclarecer que não há, até o presente momento, nenhuma acusação formalizada contra a empresa em relação à operação mencionada ou qualquer outra investigação. A operação citada na matéria ocorreu em um contexto específico, e todos os devidos esclarecimentos foram prestados às autoridades competentes, incluindo à Justiça. A Amazon Fort reafirma seu compromisso com a transparência e o cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis à sua atividade“, disse a empresa por meio de nota à imprensa.

Operação Presságio

A Operação Presságio foi deflagrada em 18 de janeiro de 2024, visando apurar a prática de crimes ambientais de poluição e instalação de atividade poluidora sem licença ambiental, além de crimes contra a administração pública.

Segundo a Polícia Civil, no decorrer da investigação foram apurados arranjos supostamente ilícitos, envolvendo repasses de valores da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, por meio de contratos de fomento, para uma instituição não governamental.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no InstagramThreadsTwitter e Facebook

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.