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Condições precárias

Equipe de filme com Alec Baldwin pediu demissão horas antes da morte de diretora

As alegações estavam nas más condições de trabalho e falta de segurança nas filmagens.

• Atualizado

Estadão Conteúdo

Por Estadão Conteúdo

Produção do filme foi interrompida e está programada para continuar no início de novembro | Reprodução/Instagram
Produção do filme foi interrompida e está programada para continuar no início de novembro | Reprodução/Instagram

O acidente no set de gravação do filme Rust, que resultou na morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, após o ator Alec Baldwin disparar uma arma de fogo, ganhou novos contornos nesta sexta-feira, 22. De acordo com fontes citadas pelo jornal norte-americano Los Angeles Times, seis pessoas, entre operadores de câmeras e assistentes, pediram demissão horas antes do ocorrido, alegando más condições de trabalho e falta de segurança nas filmagens.

Ainda conforme a publicação, os funcionários relataram problemas com as armas cenográficas, que na opinião deles “não foram devidamente supervisionadas”. Os profissionais teriam sido substituídos por pessoas que não integram nenhum sindicato profissional. O escritório da polícia de Santa Fé, cidade do estado do Novo México, EUA, não quis comentar a atualização, alegando que as investigações ainda não foram encerradas.

>> “Não há palavras para expressar meu choque e tristeza”, diz Alec Baldwin

Dois dias antes, Lane Luper, assistente de câmera filiado ao sindicato Aliança Internacional de Funcionários de Palcos Teatrais (IATSE, na sigla em inglês), descreveu condições de filmagem precárias em uma série de comentários no Facebook. “Neste momento, estou lutando para que minha equipe, neste filme, tenha quartos de hotel disponíveis para quando demorarmos ou estivermos cansados demais para dirigir por uma hora de volta desde o local das filmagens até Albuquerque. Ou eles dizem ‘não’ ou nos oferecem um motel lixo de beira de estrada, usado como abrigo para mendigos”, escreveu.

Segundo a agência de notícias EFE, Luper publicou os comentários em resposta a um vídeo no qual Baldwin incentivou o sindicato a convocar uma greve enquanto negociava um acordo com chefes de estúdios de Hollywood.”Estou literalmente na produção do Novo México, com ele e os produtores, e estão tratando a equipe local como merda de cachorro”, afirmou, antes de acrescentar que eles “sequer” pagaram o que estava combinado.

Em comunicado mais cedo em sua conta oficial do Twitter, Baldwin falou pela primeira vez sobre o ocorrido. “Não há palavras para expressar meu choque e tristeza em relação ao trágico acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins, esposa, mãe e colega profundamente admirada por nós”, escreveu. O artista disse ainda estar cooperando com as investigações e que prestaria apoio à família da diretora.

Munição real

Segundo os oficiais que acompanham o caso, o ator Alec Baldwin foi avisado que a arma de fogo usada na ocasião estava “fria”, ou seja, que não havia projéteis carregados dentro dela. A informação divulgada pelo jornal New York Times foi obtida a partir dos registros de um processo sobre o caso que circula na Justiça. De acordo com o sindicato IATSE, contudo, a arma continha uma munição real.

O juiz responsável pelo caso concedeu um mandado autorizando a polícia a realizar buscas no set de filmagem, onde foram levadas as imagens gravadas nas câmeras, as armas cenográficas e a munição usada na filmagem.

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