Defesa tenta provar insanidade de acusado por ataque a creche em Blumenau; veja o que disse
Nesta quinta-feira (29) ocorre o julgamento do acusado pela morte de quatro crianças na creche Bom Pastor
• Atualizado
O julgamento do homem acusado de matar quatro crianças na creche Bom Pastor, em Blumenau, prossegue na tarde desta quinta-feira (29). A Defensoria Pública, responsável pela defesa do homem, busca provar sua insanidade, a fim de que o júri reconheça a semi-imputabilidade, ou seja, a perda parcial da capacidade de entender os atos criminosos.
Durante a sessão, a Defensoria Pública apresentou sua linha de defesa, apresentando elementos que comprovariam a condição mental do acusado.
“O defensor público não tem o privilégio de escolher quem irá representar. Para existir um julgamento justo, é preciso que tenha do outro lado um defensor público para que haja Justiça”, disse o defensor. “Esse júri é muito delicado, pois é um crime cruel, que nos desperta os instintos mais primitivos – um ato imperdoável. Se eu tivesse um filho, eu também não iria perdoar”, admitiu.
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No entanto, a defesa argumenta que o crime foi cometido por alguém sem total consciência da realidade. “Esse crime não dá para compreender, não há uma motivação clara, é um crime incompreensível. E nesses crimes, se encontram a perturbação da mente”, afirmou o defensor.
A defesa destacou a dependência em drogas do réu, mencionando o uso de LSD, ecstasy e cocaína. O defensor público tentou comprovar que o acusado agiu sob o efeito de uma doença mental, solicitou o reconhecimento da psicopatia do réu e sugeriu que ele fosse considerado semi-imputável.
Além disso, a confiabilidade do laudo de sanidade mental foi contestada pela defesa, que apresentou depoimentos para sustentar a tese de insanidade. O padrasto do réu relatou que o acusado sofria de alucinações.
Promotor pede condenação do autor da chacina em Blumenau e contesta alegação de insanidade
O promotor de justiça responsável pela acusação no caso da chacina na creche Bom Pastor, em Blumenau, apresentou nesta quinta-feira (29) um discurso pedindo a condenação do acusado. Durante a fala, o promotor classificou o crime como um ato monstruoso, motivado pela busca por visibilidade
“Ele queria visibilidade, ele queria chamar a atenção. E fez um ato monstruoso. É uma pessoa que não pode conviver em sociedade. Ele tem que pagar! Ele não é corajoso, é um grande covarde”, afirmou o promotor. O representante do Ministério Público Estadual (MPSC) também fez referência ao crime, ocorrido em um dia de celebração infantil: “Naquele dia as crianças estavam confraternizando, falando de Páscoa, de Jesus. E chega esse indivíduo e faz essa chacina”.
O promotor reforçou as qualificadoras do crime, destacando a sua natureza hedionda e os motivos torpes que levaram o acusado a cometer o ato. Ele também apresentou os laudos psiquiátricos que atestam a capacidade mental do réu no momento do crime. Segundo o promotor, os dois laudos, realizados por dois psiquiatras diferentes, mostraram que o acusado possui um transtorno de personalidade antissocial, mas essa condição não o impediu de entender o caráter criminoso de seus atos.
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