Com diagnóstico errado, jovem retira testículo e é indenizado
A médica e o hospital terão que pagar R$ 70 mil ao paciente
• Atualizado
A justiça de Coronel Freitas julgou e condenou uma médica e um hospital do município a pagarem R$ 70 mil após uma negligência em um atendimento, que aconteceu em setembro de 2009.
Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o atendimento realizado na unidade hospitalar não diagnosticou uma torção no testículo esquerdo do paciente, que na época tinha 13 anos de idade. “Em novo atendimento, agora no posto de saúde, o problema foi verificado, mas como haviam se passado 48 horas, não foi possível preservar o órgão”, revela em nota.
Segundo o juiz substituto Claudio Pantoja, o mínimo que se espera de um profissional médico é a requisição de todas diligências necessárias para viabilizar um diagnóstico e uma tratamento seguro.
“É preciso ponderar que houve manifesta agressão aos direitos fundamentais inerentes à personalidade, pois o jovem autor perdeu parte de seu órgão reprodutor (testículo do lado esquerdo) e cujas consequências fisiológicas, além da própria mutilação, podem se estender a outros eventos como causação da infertilidade e, certamente, capaz de causar constrangimento pessoal permanente (sequela permanente)”, observou o magistrado.
A médica argumentou que o jovem chegou com fortes dores abdominais e vômito. Em depoimento, a segunda médica que atendeu o rapaz disse que era visível o estado de torção do testículo, devido ao grande inchaço e solicitou ultrassom que comprovou o diagnóstico.
Em seguida, ele foi encaminhado para o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, para tratamento adequado que, no caso, foi a extração. Uma última profissional relatou que, embora o paciente seja surdo, conseguiu expressar claramente o local da intensa dor, corroborado pela indicação dos pais que acompanharam os atendimentos.
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