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Investigação

Caso Djidja Cardoso: ex-sinhazinha do Boi Garantido era torturada pela mãe

Em depoimento, Luziene Queiroz, empregada doméstica da família Cardoso, afirmou ter testemunhado práticas de tortura

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Redação

Por Redação

SBT News

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Imagem: SBT
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A investigação da Polícia Civil do Amazonas revelou que a ex-sinhazinha Djidja Cardoso pedia para não ser torturada por sua própria mãe, Cleusimar Cardoso. Conhecida por sua atuação como sinhazinha na Fazenda do Boi Garantido durante o Festival Folclórico de Parintins, ela foi vítima de abusos graves.

Em depoimento, Luziene Queiroz, empregada doméstica da família Cardoso, afirmou ter testemunhado práticas de tortura por parte de Cleusimar contra a filha. Segundo a empregada, Cleusimar agredia Djidja, despenteando seus cabelos, beliscando e torcendo o braço da filha.

“Djidja estava fraca e mal conseguia se defender. Inclusive, ela sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava”, relatou Luziene.

Luziene também testemunhou a chegada da polícia ao local, com o objetivo de intervir na situação. A funcionária tentou aconselhar Djidja a deixar a casa, mas Verônica Seixas, gerente do salão Belle Femme, impedindo-a de buscar a ajuda necessária.

Um vídeo incluído no inquérito, gravado por Bruno Roberto da Silva, ex-namorado de Djidja, no dia da morte dela, mostra o estado de vulnerabilidade da vítima momentos antes de seu falecimento. A investigação sugere que Bruno, ao invés de ajudar, registrou as imagens possivelmente para usá-las como defesa futura. O documento policial afirma que a vítima não tinha “qualquer discernimento para reagir a qualquer comando”.

“É inimaginável compreender que uma pessoa com uma compleição física avantajada, digna de um atleta de fisiculturismo, assumindo clara posição de garantir, seja por ser o companheiro, seja por ser o único presente naquele cômodo, tenha preferido registrar imagens para sua futura defesa ao invés de diligenciar esforços para salvar a vítima da morte, mormente tendo total conhecimento de que sua companheira apresentava-se em estágio terminal”, afirma o documento.

O inquérito também revelou prints de conversas em que Bruno Roberto solicita a Cleusimar que continue a aplicar cetamina, uma droga sintética, em Djidja. O documento indica que Bruno injetava anabolizantes em sua ex-namorada, incluindo na noite anterior à sua morte, como parte de um suposto “protocolo” de tratamento.

Conversas inéditas e prints mostram Cleusimar Cardoso e Verônica Seixas discutindo planos para abrir uma clínica veterinária, inspirada nos serviços do médium Chico Xavier. A clínica teria como objetivo facilitar a compra de cetamina e outras drogas. O inquérito mostra que as duas estavam elaborando estratégias para contratar um médico veterinário.

Em uma das conversas, Cleusimar envia áudios a Verônica, afirmando que pretende “expandir os negócios”. “Verônica, eu fico feliz que você tenha entendido tudo. Bota o povo para trabalhar e vamos comprar nossas cetaminas. Bora expandir os negócios. Agora ninguém engana mais a gente”, diz Cleusimar.

Além de facilitar a compra de drogas, a clínica também seria usada para oferecer atendimentos semelhantes aos realizados pelo líder religioso Chico Xavier.

“Só o fato de articularem estratégias para a abertura de uma clínica veterinária, contratação de um médico veterinário e adoção de atendimentos para pregação dos conceitos da seita, por si só já revela que todos os integrantes do grupo criminoso tinham conhecimento e planejavam as estratégias de gestão criminosa, afastando a eventual alegação de que eram inimputáveis”, diz o inquérito da polícia.

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