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Tragédia da chapecoense

Candidato diz que avião da Chape caiu por causa de duas toneladas de cocaína; time repudia a fala

Chapecoense esclareceu que a história trata-se de uma mentira.

• Atualizado

Redação

Por Redação

Chapecoense: acidente matou 71 pessoas em 2016 | reprodução/SBT
Chapecoense: acidente matou 71 pessoas em 2016 | reprodução/SBT

Associação Chapecoense de Futebol repudiou a fala do candidato a Deputado Federal pelo estado de São Paulo Arthur Weintraub, publicada no YouTube, onde ele diz que: “O avião da Chapecoense teria caído por causa de uma sobrecarga de duas toneladas de cocaína que estavam sendo transportadas em contrabando no avião sem que o piloto ou a equipe soubessem”.

A Chape criticou a fala de Weintraub e classificou como “declarações irresponsáveis, malfadadas e caluniosas”. 71 pessoas morreram e apenas seis sobreviveram a queda do avião que transportava a delegação, dirigentes e jornalistas por conta de um jogo da partida final da Copa Sul-Americana.

Além de afirmar que a fala do candidato é mentirosa, a Chapecoense disse que o candidato está utilizando o acidente para se projetar politicamente. O acidente completa seis anos em novembro de 2022. Com a queda, o avião ficou destruído e remoção dos destroços não encontrou drogas ou material ilícito.

“Por fim, a Chapecoense reforça que mentiras construídas sobre as irreparáveis perdas – bem como sobre a dor e o luto de milhares de famílias – são inaceitáveis e não passará despercebido ou impune o fato de estarem sendo utilizadas como trampolim político”, escreveu a associação.

Arthur Weintraub é irmão de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Conforme a alegação, apresentada pelo candidato no vídeo, ninguém que estava na aeronave saberia do suposto carregamento de cocaína. No vídeo, Arthur não mostrou indícios ou provas da suposição.

Tragédia da Chapecoense

Por Estadão Conteúdo

O voo que transportava a delegação da Chapecoense, além de dirigentes e jornalistas que iam cobrir o evento, caiu próximo ao aeroporto de Medellín, em Rionegro, em 29 de novembro de 2016. 71 pessoas morreram e apenas seis sobreviveram. A equipe catarinense disputaria a final da Copa Sul-Americana, com o Atlético Nacional, sua melhor campanha no futebol na história.

Operado pela LaMia, o voo deixou Santa Cruz de la Sierra com níveis de combustível abaixo dos recomendados para qualquer viagem área, que devem prever imprevistos que gerem maior consumo. As investigações sobre os motivos e os culpados da queda demoraram meses, mas desde o início já se suspeitava fortemente de falta de combustível.

Veja o que disse o candidato no vídeo publicado:

“O avião da Chapecoense teria caído por causa de uma sobrecarga de duas toneladas de cocaína que estavam sendo transportadas em contrabando no avião sem que o piloto ou a equipe soubessem. Isso daí chegou ao meu conhecimento por causa de um relatório de um policial quando eu era secretário de segurança da Organização dos Estados Americanos em Washington o piloto do avião inclusive era da Força Aérea Boliviana. Ele sabia pilotar. Ele nunca ia deixar o avião cair por falta de combustível. Como ele não sabia das duas toneladas a mais, aconteceu a tragédia. O meu mandato de deputado federal se eu for eleito eu vou usar como um megafone psra falar muito mais coisa que eu vi e ninguém está querendo falar desse narcoestado que é o Brasil”.

Leia a nota completa da Associação Chapecoense de Futebol:

Nota de Repúdio | 06 de setembro de 2022

A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de manifestar o seu veemente repúdio em relação às declarações irresponsáveis, malfadadas e caluniosas do candidato a Deputado Federal, Arthur Weintraub, acerca da tragédia ocorrida em 2016 com o avião que transportava a delegação alviverde.

Mais do que repudiar as absurdas manifestações do referido candidato, o clube lamenta a insensatez do mesmo ao utilizar um fato tão sensível na tentativa de promover uma candidatura.

Por fim, a Chapecoense reforça que mentiras construídas sobre as irreparáveis perdas – bem como sobre a dor e o luto de milhares de famílias – são inaceitáveis e não passará despercebido ou impune o fato de estarem sendo utilizadas como trampolim político.

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