Assassinato de adolescente em SC foi praticado por tribunal do crime e transmitido ao vivo, aponta polícia
Homicídio de Gustavo Farias Chiesa foi solucionado mais de dois anos depois
• Atualizado
O assassinato de um adolescente, ocorrido em junho de 2020, na Linha São Roque, no Oeste catarinense, foi esclarecido pela Polícia Civil nas últimas semanas. As investigações indicaram que Gustavo Farias Chiesa, de 16 anos, foi morto pelo “tribunal do crime” devido à rivalidade entre facções criminosas.
O adolescente desapareceu no dia 9 de junho de 2020, após ir a um bar jogar sinuca com amigos. No dia 23 de julho, 40 dias após desaparecer, o corpo de Gustavo foi encontrado em um matagal, em avançado estado de decomposição e com a cabeça e um dos braços separados do restante do corpo.
Após quase dois anos e dois meses do homicídio, a Polícia Civil concluiu que ao menos quatro pessoas praticaram o crime, sendo duas como mandantes e duas como executores. “Dois amigos, que figuraram como autores intelectuais, o encaminharam até local de sua morte”, explica Wagner Papini, delegado responsável pela investigação. No local, duas pessoas receberam a vítima e realizaram o “tribunal do crime”.
“Eles o condenaram, porque supostamente ele seria um ‘falso profeta’, expressão utilizada por eles para se referir ao fato que a vítima, embora pertencesse a uma facção criminosa, nutria amizade com integrantes da facção rival (…) Gustavo não imaginava que seria morto, tanto que uma das qualificadoras do homicídio é traição”, afirma Papini.
Segunda motivação
Outra motivação para o homicídio de Gustavo, apontada pela investigação, seria garantir a impunidade em um assassinato anterior, que a vítima e outras duas pessoas eram investigadas. Uma postagem de Gustavo nas redes sociais, onde o adolescente mostrava uma intimação da Polícia Civil, gerou preocupação na facção criminosa, que temia que ele entregasse os comparsas.
“Ele foi morto como uma espécie de queima de arquivo. Uma coisa que chama atenção é que todo o crime foi transmitido em tempo real para os autores intelectuais”, diz o delegado, que destacou o auxílio internacional na elucidação do crime, uma vez que empresas responsáveis por aplicativos utilizados pelos criminosos forneceram informações e elementos que facilitaram a investigação.
“A Polícia Civil conclui mais um caso e demonstra que no município de Chapecó nenhum crime ficará impune, isso porque o esforço será efetivamente despendido para que os autores sejam levados à justiça”, finaliza o delegado.
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