Acusada de assassinar o filho de 4 anos retorna ao cargo na Prefeitura do Rio

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, retornou ao trabalho na Prefeitura do Rio de Janeiro, após uma decisão da Justiça. Desde dezembro, ela exerce funções administrativas no almoxarifado da Secretaria Municipal de Educação do Rio. 

Ela aguarda, em liberdade, o julgamento pelo assassinato do próprio filho – ainda sem data definida. Ela responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado e tortura no menino de 4 anos, morto em 2021. O ex-namorado dela, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, é réu pelos mesmo crimes e está preso.

Monique é professora concursada da Prefeitura do Rio, mas estava licenciada desde que foi presa, logo após o crime, há quase 2 anos. Ela volta ao trabalho após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, que atendeu a um pedido da defesa.

No sistema do município, na internet, é possível ver que Monique recebe cerca de R$ 3 mil por mês. Ela só será demitida se for condenada.

“Se dependesse de mim, Monique Medeiros já teria sido demitida há muito tempo. Como ela foi solta pela Justiça, e ainda não houve sentença condenatória, a orientação jurídica recebida pela Secretaria é de que não há como a servidora ser afastada e ter a remuneração suspensa”, explica o secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.

O professor de direito Lênio Luiz Streck esclarece que o retorno de Monique ao trabalho é legal. “A lei permite isso. E nem sempre aquilo que a gente acha moralmente inadequado, ruim, é ilegal. No caso dela, se aplica bem essa diferença entre aquilo que é jurídico e aquilo que é moralmente indesejável”, pondera o jurista.

Para o pai de Henry Borel, o retorno de Monique à prefeitura é inaceitável. “A Monique devia estar presa, não trabalhando”, critica Leniel Borel.

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