Joinville é selecionada para projeto de combate a dengue; entenda o método Wolbachia
Cidade já registrou 39 mortes apenas em 2023 devido ao mosquito
• Atualizado
Joinville está entre as seis cidades brasileiras selecionadas para participar de um projeto internacional de combate ao mosquito da dengue. O método Wolbachia, criado na Austrália, já foi testado em quatro municípios do País e contribuiu para redução em até 70% no número de casos da doença.
A vice-prefeita Rejane Gambin, a secretária de Saúde, Tânia Eberhardt, e técnicos da secretaria receberam a informação em reunião on-line com representantes do World Mosquito Program (WMP), do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e dos municípios selecionados.
“Estamos buscando a inclusão de Joinville neste projeto há muito tempo, inclusive em reuniões com o próprio Ministério da Saúde. Acompanhamos os ótimos resultados em outras cidades e estamos confiantes de que o método será um importante aliado no combate à dengue em nossa cidade”, afirma o prefeito Adriano Silva.
Os próximos passos serão a formalização do convite para Joinville por meio de um ofício do Ministério da Saúde e uma visita da equipe de trabalho à cidade. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, Ethel Maciel, as contrapartidas necessárias por parte do município, bem como informações sobre recursos e treinamentos que serão disponibilizados pelo Governo Federal serão detalhados ainda neste ano.
Método Wolbachia
Criado na Austrália, esse método consiste na liberação de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, formando uma nova população destes mosquitos.
A Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução destas doenças.
Conduzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com os governos locais, atualmente o Método Wolbachia está em uso nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). Além de ser ambientalmente sustentável, a bactéria não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.
Em Niterói, o projeto se iniciou como um piloto na área de Jurujuba e se espalhou para 75% da extensão do município, trazendo resultados positivos. Os estudos apontaram redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção.
Critérios para a escolha da cidade
Para selecionar as novas cidades participantes do projeto Wolbachia no Brasil, foi adotado como ponto de partida o ranking dos 42 municípios com mais de 100 mil habitantes responsáveis pela maior quantidade de casos. As cidades foram submetidas a critérios de exclusão como temperatura máxima mensal, já ter usado o Wolbachia e ter aeroporto, pois o transporte dos materiais necessários ocorre por avião.
Após este filtro, foram selecionados 30 municípios que foram classificados a partir de um indicador composto por itens como população, clima e casos de dengue. Joinville somou o sexto maior escore. Além da cidade catarinense, Uberlândia (MG), Londrina (PR), Presidente Prudente (SP), Foz do Iguaçu (PR) e Natal (RN) foram selecionadas.
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