SC registra 126 mortes por Influenza em 2025
Com a explosão de casos de doenças respiratórias e a baixa cobertura vacinal, os leitos de UTI estão praticamente todos ocupados.
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Santa Catarina enfrenta, em 2025, uma crise sem precedentes no sistema de saúde. Com a explosão de casos de doenças respiratórias e a baixa cobertura vacinal de Influenza, os leitos de UTI estão praticamente todos ocupados em várias regiões do estado. A situação é considerada crítica pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), com taxas de ocupação superiores a 95% em todas as macrorregiões.
Segundo o Painel do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS (CIEGES-SC), atualizado nesta quarta-feira (11), a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com mais de 15 anos é de 99%. Das 947 vagas disponíveis para adultos, apenas 24 estão livres. Considerando todos os tipos de UTI adulto, pediátrico e neonatal, a taxa de ocupação geral é de 94,7%, com apenas 75 leitos disponíveis entre os 1.421 ativos.
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Os dados mais recentes indicam que a situação é especialmente grave em:
Foz do Rio Itajaí: 100% de ocupação
Vale do Itajaí: 99,39%
Grande Florianópolis: 98,69%
Planalto Norte/Nordeste: 96,97%
Sul: 96,12%
Grande Oeste: 95,65%
Serra Catarinense: 94,74%
Meio Oeste: 85,71%
Em algumas dessas regiões, restam apenas um ou dois leitos disponíveis. As UTIs neonatais e pediátricas também enfrentam saturação, com lotação de 100% no Grande Oeste e no Planalto Norte/Nordeste.
Ampliação de leitos não acompanha a demanda
Santa Catarina foi o estado que mais expandiu a rede de UTIs do SUS nos últimos anos: 264 novos leitos foram abertos desde 2023, e outros 44 estão previstos para serem ativados em breve. Ainda assim, a velocidade da demanda tem superado a capacidade de resposta.
Recentemente, o Hospital Infantil Pequeno Anjo, em Itajaí, inaugurou 12 leitos de suporte ventilatório, mas os hospitais de alta complexidade da rede estadual já operam tradicionalmente com mais de 80% de ocupação, o que limita a margem para absorver novos picos.
Cirurgias eletivas e emergenciais que também requerem UTIs no pós-operatório contribuem para manter a taxa de ocupação elevada.
Funcionamento em rede e monitoramento constante
A Secretaria da Saúde reforça que o sistema estadual funciona em rede e busca realocar pacientes quando não há vagas em unidades específicas, inclusive na rede privada, se necessário. Todos os pacientes internados seguem recebendo a assistência médica necessária.
A SES mantém o monitoramento constante da situação epidemiológica, especialmente neste período de sazonalidade de vírus respiratórios, e afirma que continua investindo na ampliação e qualificação da rede hospitalar.
Explosão de casos:
A alta demanda está diretamente ligada ao aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De janeiro a junho deste ano, foram registrados mais de 1 mil casos de SRAG por influenza, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024. O número de mortes também subiu drasticamente: 126 óbitos em 2025, contra 66 no ano passado.
A faixa etária mais atingida são os idosos pessoas com mais de 60 anos representam 46,8% dos casos confirmados. Também preocupam os dados de crianças até 4 anos (20,8%). A maioria das mortes ocorreu entre pessoas com 50 anos ou mais: 110 das 126 vítimas.
Evolução de mortes por influenza em SC:
2020: 5
2021: 16
2022: 46
2023: 47
2024: 128
2025 (até junho): 113
Ou seja, em apenas seis meses, as mortes de 2025 já quase igualam o total de 2024.
Vacinação estagnada agrava cenário
Apesar da oferta da vacina contra a gripe para toda a população a partir de 6 meses de idade desde 10 de maio, a adesão segue abaixo do ideal. A cobertura vacinal do grupo prioritário idosos, crianças e gestantes está em apenas 43,03%.
“Eu quero fazer um apelo para que toda a população que ainda não se vacinou contra a influenza procure uma unidade de saúde para se proteger contra a doença. Desde o dia 10 de maio liberamos a vacinação para todas as idades a partir dos seis meses. A vacina é segura e evita os casos graves e as internações. Infelizmente ainda não atingimos nem 50% do público alvo que são os idosos, gestantes e crianças até os seis anos de idade. Por isso, é essencial que o maior número de pessoas se vacinem para diminuirmos a circulação do vírus e consequentemente proteger a nossa população de internações e até mesmo mortes”, ressalta o Secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
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