“Ressaltar a vacinação”, diz Secretário de Saúde de Criciúma após aumento nos casos de coqueluche
Queda na procura pela vacina é apontada como a principal razão para o crescimento dos casos
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A Prefeitura de Criciúma, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, fez um alerta na última sexta-feira (25), sobre o aumento de casos de coqueluche na cidade, bem como, do quantitativo registrado no Estado de Santa Catarina.
De acordo com a Prefeitura de Criciúma, dois casos dentre nove suspeitos foram confirmados. Outros cinco aguardam a confirmação, mas já estão sendo tratados em isolamento.
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No estado, o aumento registrado no último ano foi superior a 5.000%. A queda na procura pela vacina é apontada como a principal razão para o crescimento dos casos, registrados especialmente entre crianças de até um ano de idade.
“É muito importante alertar a população sobre essa doença, que pouco se ouvia falar nos últimos tempos. Já estamos planejando campanhas para fortalecer o cuidado e a prevenção com a coqueluche, para que chegue a toda população”, reforçou o prefeito em exercício, Ricardo Fabris.
A cobertura vacinal contra a coqueluche em Criciúma é de 73% para crianças menores de um ano e 68% para maiores de um ano de idade. A recomendação do Ministério da Saúde é de 95% de cobertura vacinal para esses públicos. “Estamos vendo muitas doenças que estavam indicadas voltarem à tona, a coqueluche é uma delas. O estado de Santa Catarina não tinha registro dessa doença há dez anos, e agora temos mais de 100 casos e dois óbitos no estado. Por isso, é tão importante ressaltar a vacinação”, explicou o Secretário de Saúde de Criciúma, Deivid Freitas.
A forma mais eficaz de prevenir a doença é por meio da vacina, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), disponível nas UBSs. O imunizante pentavalente (DTP/HB/Hib) é uma composição combinada que previne contra cinco doenças: difteria, tétano, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B.
A vacina contra a coqueluche estará disponível também para crianças, gestantes, trabalhadores da saúde, profissionais de creches, além de babás e domésticas. No entanto, as demais vacinas disponíveis também podem ser aplicadas.
Confira o esquema vacinal para crianças:
– Aos 2, 4 e 6 meses de idade, a vacina pentavalente, que protege contra coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B;
– Aos 15 meses, a vacina DTP, que reforça a proteção contra difteria, tétano e coqueluche;
– Aos 4 anos, a vacina DTP, que reforça a proteção contra difteria, tétano e coqueluche.
Demais grupos que podem receber o imunizante (dTpa):
– Gestantes, a partir da 20 semanas de gestação, com a vacina tríplice bacteriana acelular tipo adulto (dTpa);
– Profissionais de saúde, estagiários e parteiras tradicionais, considerando o histórico vacinal de difteria e tétano;
– Trabalhadores da saúde que atuam em serviços públicos e privados, em ginecologia e obstetrícia, parto e pós-parto, UTI, UCI neonatal, berçários e pediatria;
– Trabalhadores que atuam em escolas infantis, com atendimento de crianças até quatro anos de idade.
O que é Coqueluche?
A coqueluche, conhecida como “tosse comprida” é uma infecção respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella Pertussis, que atinge as vias aéreas. Tem como principal sintoma crises de tosse seca e contínua. Em casos graves, a tosse passa de leve pra intensa, podendo comprometer a respiração. A infecção pode ocorrer em qualquer idade, mas se manifesta com mais frequência e intensidade em crianças abaixo de um ano e mais letal em crianças abaixo de seis meses.
Tive contato com alguém que tem coqueluche! E agora?
Segundo a gerente de Vigilância em Saúde de Criciúma, Andréa Goulart, a adoção da quimioprofilaxia, estratégia de prevenção de doenças infecciosas, em pessoas com contatos próximos de casos suspeitos ou confirmados de coqueluche, visa prevenir a ocorrência de infecção grave em grupos de alto risco de desenvolver complicações e óbito pela doença.
“Os contatos próximos são também isolados, e esse isolamento precisa ir até o final da quimiprofilaxia. Então, enquanto o paciente estiver tomando antibiótico, ele precisa ficar totalmente isolado, pois essa doença é altamente contagiosa, mais do que a Covid-19”, explicou a gerente.
Números da coqueluche em Santa Catarina
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE), já foram confirmados 106 casos de coqueluche em 2024, um crescimento expressivo em comparação aos dois registros do ano passado. Dois destes casos eram graves e evoluíram para óbito.
Sinais e sintomas da coqueluche
Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Na suspeita da doença, procure um serviço de saúde mais próximo de sua residência.
No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:
- Mal-estar geral
- Corrimento nasal
- Tosse seca
- Febre baixa
Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
- Tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
- Crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
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