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Sobrecarga na saúde

“Podem acontecer muitas tragédias ainda”, diz profissional da saúde que trabalha no Hospital Infantil

Nesta sexta-feira (15), o Hospital Infantil Joana de Gusmão segue com 100% de ocupação dos leitos de UTI adulto, neonatal e pediátrico

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Vitória Hasckel/SCC10
Foto: Vitória Hasckel/SCC10

A repórter Morgana Fernandes do SCC SBT conversou, com exclusividade, com uma profissional da saúde que trabalha no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Recentemente, no dia 11 de julho, o cenário de saúde em Santa Catarina entrou em discussão quando uma criança morreu na unidade em um contexto de superlotação dos hospitais de Santa Catarina. Foi o segundo caso do hospital que ganhou repercussão em um mês.

Nesta sexta-feira (15), o Hospital Infantil Joana de Gusmão segue com 100% de ocupação dos leitos de UTI adulto, neonatal e pediátrico. Dos 29 leitos ocupados, três são de pacientes com Covid-19.

Já na região da Grande Florianópolis, há apenas um hospital com dois leitos adulto disponíveis.

Segundo explicações da profissional que trabalha no Hospital Infantil Joana de Gusmão, o problema é que durante o período de isolamento da pandemia do Covid-19, as crianças não tiveram acesso ao mundo externo e, agora, com a reabertura, doenças que antes eram simples se tornam complicadas.

Ela também explica que esse problema não se atém apenas à Capital, mas que há mais de quatro meses as equipes têm alertado para a sobrecarga no Hospital. “É algo que já foi anunciado antes e não foi uma duas, três… Foram várias vezes. A gente não viu ser feito nada. Às vezes colocam uma coisa ali ou aqui, mas é só tapação de buraco, não é nada resolutivo”.

>>> Leia também: Ainda sem equipamentos, contêiner é colocado em frente ao Hospital Infantil

Sobrecarga no Hospital Infantil

A profissional também ressalta que as equipes estão sobrecarregadas e há poucos médicos. Segundo ela, as equipes não dão conta de consultar a quantidade de crianças que estão na fila para atendimento. Ela afirma que são de três a quatro médicos para atender de 70 a 90 pessoas em poucas horas.

“A gente vê equipes sobrecarregadas que estão cansadas muito mais do que quando estávamos vivendo o início da pandemia. A gente já era muito cansado e sobrecarregado por causa do Covid-19. Hoje em dia é muito pior porque a gente vem desse processo de cansaço e esgotamento mental muito grande e agora a gente tem crianças muito mais graves que não tem vaga pra UTI”.

Segundo ela, as equipes têm feito de tudo para que as crianças se recuperem.

A maioria das crianças fica bem, mas, às vezes, elas não conseguem. A gente tem visto que elas não conseguem por causa de uma falta de recursos. (…) Podem acontecer muitas tragédias ainda, porque a gente vê um sistema que é incapaz de suprir as suas necessidades, então pode ser sim que venham acontecer muitas outras coisas desagradáveis e tristes”.

A equipe do SCC SBT entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde e, logo que tenhamos retorno, a matéria será atualizada.

Assista à reportagem do SCC Meio Dia

Saiba mais

A Vara da Infância e Juventude de Florianópolis determinou, nesta quinta-feira (14), que o Estado garanta o atendimento de todas as solicitações de leitos pediátricos e neonatais realizadas para crianças e adolescentes da rede pública de Santa Catarina.

O atendimento deve ocorrer de imediato ou no prazo máximo de 12 horas a contar do pedido médico, inclusive por meio da aquisição de vagas na rede privada, priorizando a mesma região do paciente e garantindo o transporte adequado.

Também foi determinado que o Estado forneça diariamente, a partir do prazo de 24 horas, a relação das solicitações de vagas em leitos de enfermaria e UTI pediátrica e neonatal pendentes de atendimento pela Regulação Estadual.

Leia a matéria completa: Justiça de SC determina que Estado garanta leitos pediátricos e neonatais

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