Seis pessoas são contaminadas com HIV após transplante; saiba o que se sabe até agora
O número de pessoas infectadas pode chegar a 600.
• Atualizado
Um caso inédito na história dos transplantes no Brasil aconteceu nesta semana! Seis pacientes que foram transplantados no Rio de Janeiro testaram positivo para HIV após receberem órgãos contaminados com o vírus.
De acordo com o SBT News, o caso foi descoberto após um paciente, que recebeu um coração, começar a passar mal cerca de 9 meses após o transplante. Após inúmeros exames, ele testou positivo para HIV. A notificação foi feita em 10 de setembro.
Após a notificação, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro descobriu, então, que pelo menos dois doadores eram soropositivos, mas o exame feito pelo PCS Lab, uma empresa privada que presta serviços para a SES/RJ, não detectou o vírus e liberou os órgão para os transplantes.
Ainda de acordo com o SBT News, seis pacientes transplantados foram diagnosticados com HIV e o mais chocante é que o número de pessoas infectadas pode chegar a 600. Outros 288 doadores estão sendo testados pelo Hemorio, o hemocentro do Rio de Janeiro.
O PCS Lab foi contratado pelo governo do estado em dezembro de 2023, em um processo de licitação de R$ 11 milhões. Segundo a SES, o serviço foi suspenso após a descoberta dos pacientes infectados e, com isso, os exames para transplantes passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A pasta informou, ainda, que está “realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório”.
Confira na íntegra a nota da SES/RJ
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.
O que se sabe até o momento?
Os exames de sangue dos doadores de órgãos teriam apresentado resultados falsos negativos para o vírus. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Anvisa investigam o caso.
Os testes para detecção de infecções nos doadores foram realizados pelo laboratório privado PCS LAB Saleme, de Nova Iguaçu. O laboratório responsável pelos testes teve sua atividade suspensa e foi interditado após a descoberta de que os exames realizados estavam incorretos.
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