Para onde vai o lixo hospitalar? Especialista apresenta soluções em SC

O que é feito com seringas, luvas contaminadas, curativos, medicamentos vencidos ou até materiais radioativos após o atendimento? Embora 85% dos resíduos de saúde sejam similares ao lixo doméstico, os 15% restantes são perigosos infecciosos, tóxicos, inflamáveis ou radioativos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um descarte inadequado pode causar sérios danos à saúde da população e ao meio ambiente, além de agravar a disseminação da resistência antimicrobiana, segundo alerta recente da OMS e UNICEF.

É para discutir soluções para esse desafio que o especialista Odair Segantini apresentará duas novas tecnologias durante a 15ª Convenção Brasileira de Hospitais, que acontece nos dias 24 e 25 de julho, em Florianópolis. Representando a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Ambrema), ele trará à pauta inovações que podem transformar a gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde em um processo mais seguro, sustentável e eficiente.

“A gestão de resíduos hospitalares ainda é tratada por muitos como uma tarefa operacional, mas ela é, na verdade, uma das frentes mais estratégicas para a saúde pública e ambiental”, afirma Odair. “Estamos falando de materiais contaminados por sangue, tecidos, medicamentos e objetos perfurocortantes que, se não tratados corretamente, oferecem riscos à população e aos profissionais da saúde.”

Segantini apresentará duas soluções já disponíveis no Brasil que tornam o processo de tratamento mais seguro e sustentável. “Uma das tecnologias, por exemplo, transforma resíduos contaminados em gás, carvão e óleo por meio de pirólise, eliminando o envio para aterros e reduzindo a emissão de gases nocivos. A segunda opção recolhe agulhas e outros materiais cortantes em contentores rígidos reutilizáveis, que são higienizados de forma mecanizada. Isso diminui os riscos de acidentes e reforça a responsabilidade ambiental das instituições de saúde”, detalha o especialista.

A palestra integra a programação do maior evento hospitalar do país, promovido pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH),  com o apoio da Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC) e a Federação de Hospitais e Entidades Filantrópicas de Santa Catarina (FHESC). 

Para Reginaldo Teófanes, presidente da FBH, a Convenção será um espaço estratégico para discutir soluções, compartilhar boas práticas e fortalecer o sistema hospitalar como um todo.  “Qualificar a rede hospitalar brasileira é, sem dúvida, um dos grandes desafios que enfrentamos. Como líderes e representantes do setor, temos o compromisso de promover melhorias, impulsionar a inovação, incentivar a troca de experiências e apoiar os gestores hospitalares nas decisões do dia a dia. A Convenção Brasileira de Hospitais nasce com esse propósito e, nesta 15ª edição, chega a Santa Catarina reunindo lideranças de todas as regiões do país e convidados internacionais”, diz. 

O diretor executivo da AHESC-FHESC, Alciomar Marin, acredita na importância estratégica da programação. “Estamos diante de uma oportunidade única de trazer à tona as discussões mais urgentes da saúde hospitalar, com um olhar voltado para o futuro. A troca de experiências e a pluralidade de visões que a convenção proporciona são fundamentais para impulsionar melhorias concretas na gestão e nos serviços prestados pelas nossas instituições “, explica. As inscrições seguem abertas pelo site: www.fbh.com.br/convencao.

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