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Ozempic: conheça os perigos da medicação que virou febre para emagrecer

Conheça a jovem que foi internada após utilizar o medicamento

• Atualizado

Redação

Por Redação

O Ozempic é um medicamento que chegou ao Brasil em 2019, indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, mas a popularidade conquistada vem pelo efeito de emagrecimento. Foi justamente esse efeito que atraiu a Melyssa Guimarães, estilista que trabalha com moda para a praia.

“Desde os 15 anos eu comecei com essa história de ser modelo e tinha aquela pressão de ser muito magra. Com o tempo eu vi que o que eu queria e comecei a ir para esse outro lado que é por trás das câmeras. Mas hoje em dia com a loja de bikinis ainda tem uma pressão comigo mesma. Nem é da sociedade, eu acho que vem desde quando eu queria ser modelo”.

Melyssa Guimarães

A jovem descobriu o medicamento por uma amiga e procurou a forma de uso em um vídeo da internet, mas o resultado foram quarto dias sem conseguir ingerir nenhum tipo de alimento ou água e uma internação hospitalar.

Medicamento precisa de acompanhamento médico

A endocrinologista Ísis Toledo explica que fazer uso indiscriminado e sem acompanhamento médico, além de ser um risco para a saúde, pode causar um efeito contrário ao desejado.

“Esses pacientes incorrem no erro que é o mais importante pro tratamento do peso, a manutenção. Então vou dar um dado, cada quilo perdido aumenta a fome em 100 calorias. Onde o paciente tem que ter a maior dose da medicação? Quando ele está mais magro, porque quando está mais magro precisa porque tem mais fome. Quando o paciente tira a medicação, vem o efeito rebote”

Doutora Ísis Toledo

Apesar de ser um medicamento caro, novo e escasso, não exige a retenção da receita e por isso pode ser comprado com facilidade nas farmácias.

A vice-presidente Conselho Regional de Farmácia Vânia Floriani Noldin aponta que os farmacêuticos estão preocupados com uso indiscriminado. “Todo medicamento tem vários efeitos adversos e o uso sem acompanhamento medico implica em vários riscos”, destaca. Um dos estudos é de aumentar o controle para o acesso ao medicamento.

Ozempic em falta nas farmácias

A alta procura afeta diretamente quem tem diabetes e não encontra o medicamento, conforme relatado pelo Rene Castro, que é farmacêutico. “Desde o final de fevereiro, é difícil para a gente repor as unidades, tanto da maior dosagem quando da menor”, explica.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a única indicação aprovada atualmente para o medicamento Ozempic no Brasil é para o tratamento da diabetes tipo 2. Também é possível receitar o medicamento para outro fim, por meio da prática chama de off labol, onde o medicamento é indicado para um uso diferente do que está na bula e que não é autorizado pela Anvisa, mas que também não é considerada uma prática incorreta.

Uso para tratamento de obesidade

A doutora Adriana Striebel, endocrinologista que receita o Ozempic para auxiliar na perda de peso em alguns casos.

“A indicação seria em pacientes com obesidade ou então em pacientes com sobrepeso que tenham comorbidades, que tenham outras doenças”, detalha.

Uma das explicações é que a obesidade é uma doença crônica, complexa e de difícil tratamento. E que o tratamento medicamentoso da obesidade, sempre em conjunto com estratégias de estilo de vida, é recomendado em diversas partes do mundo, conforme nota conjunta da associação brasileira para o estudo da obesidade e sociedade brasileira de endocrinologia.

A Novo Nordisk, fabricante dos medicamentos a base de semaglutida, princípio ativo do Ozempic, afirma que a dose para o tratamento da obesidade já foi aprovada no Brasil pela Anvisa em janeiro de 2023, mas que a comercialização ainda não tem previsão de início.

“Tratar obesidade é diferente do desejo social de emagrecer. Então o primeiro passo é entender o padrão alimentar. O segundo é se tem alguma contraindicação para o uso. Esse medicamento tem muitos efeitos colaterais, como, por exemplo, náuseas, vômitos, constipação – diarreia. É um medicamento muito seguro, mas com efeitos com colaterais”.

Ísis Toledo

por Sodia Gonzalez, com produção de Lisiane Back e imagens de Leo Acosta. Edição de imagens por Álvaro Bazana e Rafaela Amorim

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