O que é amputação do reto, procedimento realizado por Preta Gil
A cantora, de 50 anos, revelou que precisou amputar o reto durante o tratamento contra o câncer colorretal, em agosto de 2023
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A cantora Preta Gil, de 50 anos, revelou que precisou amputar o reto durante o tratamento contra o câncer colorretal, em agosto de 2023. A artista, que enfrenta um retorno da doença, tem buscado desmistificar o procedimento.
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A artista, foi diagnosticada com adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno no reto no início do ano passado, quando deu início ao tratamento.
Na ocasião, ela recebeu o diagnóstico após sofrer episódios de sangramento, vômito e desmaio.
No último dia 22 de agosto, ela revelou em suas redes que, durante exames de rotina no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, os médicos identificaram a necessidade de retomar o tratamento contra a doença.
Qual é a indicação de amputação do reto?
Conforme o SBT News, a indicação ocorre, geralmente, após o tratamento quimioterápico e radioterápico.
A proctectomia, como é conhecida a retirada completa ou parcial do reto, é bastante usada para tratar câncer na região, segundo Instituto Johns Hopkins.
O procedimento acontece da seguinte maneira: o reto é removido e a abertura anal, fechada. A outra extremidade do cólon é anexada a uma abertura (chamada de estoma) feita na parte inferior da barriga.
A partir daí, os movimentos intestinais, então, são coletados em uma bolsa, segundo o instituto.
Bolsa de ileostomia
Nos primeiros três meses após o procedimento de retirada, Preta Gil precisou usar uma bolsa de ileostomia, na parte final do intestino delgado, para desviar o fluxo das fezes para fora do corpo.
Segundo o Instituto Johns Hopkins, algum tempo após a cirurgia de retirada do reto, outra cirurgia costuma ser feita para reconectar o intestino e fechar a ileostomia.
No caso da artista, após a proctectomia, ela passou pela reconstrução de parte do trato intestinal e só tem uma cicatriz da cirurgia que foi feita.
Passou a fazer fisioterapia pélvica, indicada para tratamento dos músculos do assoalho pélvico, que ajuda na reabilitação de regiões como bexiga, útero e reto.
“No meu caso, que fiz uma retirada de um tumor no reto, quando reverter o trânsito intestinal, muita coisa vai mudar para mim. Então, eu tenho que estar muito fortalecida no assoalho pélvico”, disse Preta.
Além de casos oncológicos, a cirurgia pode ser indicada para colite ulcerativa e doença de Crohn.
Segundo o portal Drauzio Varella, a principal diferença entre a colostomia e a ileostomia é o local onde as cirurgias são realizadas.
Enquanto a primeira atinge uma porção do intestino grosso, a ileostomia ocorre na parte final do intestino delgado.
Por que o câncer pode voltar?
O termo recidiva é usado pela literatura médica para definir o retorno de uma doença. No caso do câncer, ainda que em um primeiro momento ocorra a remissão completa, ele pode retornar.
Isso acontece quando pequenas áreas tumorais ficam no corpo, as “micrometástases”, que não são detectáveis em exames de imagem, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
“Mesmo com o tratamento que tinha intenção de curar o câncer, ele pode voltar”, ressalta Clarissa Baldotto, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores do Sistema Nervoso Central da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
De acordo com a SBCO, o retorno da doença pode acontecer no mesmo local onde foi diagnosticado inicialmente (recidiva local) ou em outras regiões do corpo, podendo ser uma área próxima à do diagnóstico inicial (regional).
Ou, até mesmo em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez (metastática distante ou a distância).
Por exemplo, seria o caso de um paciente inicialmente com câncer de mama, mas que na recidiva desenvolve a doença nos ossos.
Geralmente, segundo Baldotto, a recidiva é detectada em consultas de retorno, que devem ser realizadas de três em três meses no início e, depois, continuam com aumento gradativo. Nessas consultas, os médicos costumam indicar exames como tomografia e pet-scan.
É possível prever se o câncer irá voltar?
Não há uma maneira precisa de prever a probabilidade de recidiva de um câncer.
No entanto, ao analisar “a biologia da doença”, segundo a oncologista, é possível definir a necessidade de um tratamento para diminuir o risco da recidiva: tratamento adjuvante e o neoadjuvante.
Em geral, de acordo com a especialista, a recidiva acontece nos dois primeiros anos após a remissão completa, mas pode retornar até mesmo depois de cinco anos em casos mais raros.
*Com informações do SBT News.
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