Mosquitos que impedem transmissão da dengue são soltos em Joinville
A previsão de impacto na transmissão das doenças é de um a dois anos
• Atualizado
Os primeiros Wolbitos, Aedes Aegypti com a bactéria Wolbachia, já começaram a circular em Joinville. As solturas começaram na manhã desta terça-feira (20) e ocorreram nos bairros Espinheiros, Boa Vista, Comasa, Bom Retiro e Costa e Silva. Ao longo do dia, a soltura será feita em 3,5 mil pontos destes bairros.
A ação começou antes das 7h, com a equipe que trabalha na Biofábrica do Método Wolbachia carregando os veículos identificados da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Joinville com os tubos que abrigam os mosquitos. A preparação é acompanhada pela equipe de pesquisadores do World Mosquito Program (WMP).
Cada veículo é carregado com a quantidade de tubos equivalente aos pontos de soltura. Um aplicativo indica os pontos onde as solturas devem ser realizadas. Quando o carro passa pelo local e o tubo é aberto, são soltos entre 200 e 250 mosquitos. Imediatamente, é indicado no aplicativo que aquele ponto foi contemplado. O veículo circula a uma velocidade de até 20 km/h.
De acordo com a programação do World Mosquito Program (WMP), a soltura dos Wolbitos ocorre de segunda a sexta-feira. Em caso de chuva ou vento forte, o trabalho é adiado até que a condição climática esteja favorável.
Segundo o líder de relações Institucionais e Governamentais WMP Brasil, Diogo Chalegre, o trabalho ocorrerá por 20 semanas de liberação em 70 rotas de Joinville. A princípio, serão liberados cerca de 3,6 milhões de mosquitos toda semana.
A previsão de impacto na transmissão das doenças é de um a dois anos.
10 minutos contra a dengue
O gerente de Gestão Estratégica e Articulação da Rede em Saúde de Joinville, Anderson da Silva, reforça que o trabalho de prevenção e orientação continuará sendo realizado na cidade. Entretanto, é importante a colaboração dos moradores.
“A gente pede para a população ter essa atenção também e fazer os ‘10 minutos contra a dengue’ toda semana na sua casa para eliminar todos os locais que possam ser criadouros do mosquito”, diz Anderson.
Sobre o Método Wolbachia
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método auto sustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.
Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia.
Estagiária sob supervisão.
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